Laura Cosme
Fórum da Economia Azul projeta Rio Grande como polo estratégico do desenvolvimento sustentável

A Cidade do Rio Grande provou, mais uma vez, que tem potencial para estar no centro de grandes debates que pensam o futuro econômico do país. A realização do III Fórum da Economia Azul no município reuniu especialistas, gestores públicos, representantes de empresas e instituições acadêmicas, além de palestrantes internacionais, que trouxeram reflexões e experiências sobre o uso sustentável dos recursos marinhos e costeiros.
Na oportunidade, estive presente nos três dias de evento e pude refletir que, embora os próprios rio-grandinos tenham deixado de acreditar na cidade, investidores enxergam em Rio Grande um campo fértil, devido à posição estratégica do município no contexto do desenvolvimento azul, ou seja, o desenvolvimento sustentável ligado ao mar.
Durante o Fórum, temas como inovação tecnológica, preservação ambiental, energias renováveis e cooperação internacional estiveram em pauta. Na ocasião, um acordo também foi assinado entre o Executivo Municipal e o Instituto Politécnico de Leiria, em Portugal, para fomentar a economia azul na cidade. A partir desse acordo, o Fórum, que já faz parte da agenda municipal, tende a ser ainda maior no próximo ano, com a presença de intercambistas de Portugal.
Impacto econômico
A realização de um evento de grande porte como esse traz um impacto econômico imediato para Rio Grande, movimentando a rede hoteleira, o setor de serviços e trazendo para a cidade um fluxo de recursos que não fica apenas no plano das ideias, indo além do debate teórico.
Contudo, enquanto esse movimento está acontecendo, grande parte da população permanece alheia ou até mesmo descrente do futuro. Fala-se muito em abandono, em crise, em estagnação – e não estou dizendo que não exista –, mas o Fórum mostrou que o problema não é a falta de potencial, e sim a ausência de um olhar estratégico e da valorização das oportunidades reais da cidade.
Por isso, fica a reflexão: os rio-grandinos também devem começar a se ver pertencentes a esse futuro. Devemos parar de enxergar nossa cidade como um território fracassado e passar a vê-la como possibilidade de um pioneirismo econômico. Investidores estrangeiros já perceberam; falta agora que os rio-grandinos também percebam.
COMENTÁRIOS