Daisy Soares

Grão de Sonho
Às vezes, é sobre ser uma flor no campo, nascendo na terra seca.

GRÃO DE SONHO
Porque me sinto
Um grão de areia
Em meio a poeira densa
Do dia que nasce.
É como se tudo ficasse
No céu nublado
Esperando pelo sol.
Sinto-me a brita
Que machuca o pé,
Ou a calçada quente,
Irregular e contundente,
A traçar caminhos.
Sinto-me ave sem ninho,
Voando nos galhos secos,
Ou passos perdidos em becos
Em busca da resposta
Que nunca vem.
Sou eu e sou ninguém
Sou mais um sonho nas nuvens
Transformados em chuva
A deslizar pelas corredeiras.
Talvez um galho de videira
Sim talvez! Fruto brotando,
Porque um coração amando
Eu tenho até sobrando.
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