Lênin Landgraf
Retrospectiva 2023
O exercício de realizar uma retrospectiva pode e deve ser muito benéfico.
Lênin Landgraf
Mestre em História (UFPel)
leninplandgraf@hotmail.com
Retrospectiva 2023
Durante o final de ano passamos a ver os mais diversos canais de comunicação (emissoras de TV, rádio, jornais, revistas etc.) divulgando e elaborando suas respectivas retrospectivas dos meses passados. O exercício de realizar uma retrospectiva pode e deve ser muito benéfico, é o momento para refletirmos sobre tudo o que passou no mundo, no país e também em nossas vidas. Revisitar as memórias recentes é um exercício que pode ser muito profícuo, nos levando a analisar os erros e acertos e, principalmente, passar a acreditar que o ano que virá será melhor.
No cenário internacional vimos novamente a proliferação da barbárie. Rússia e Ucrânia seguem em guerra e, ao que parece, distantes de um cessar fogo definitivo. Da mesma forma, a falta de diálogo mais uma vez coloca israelenses e palestinos em conflito, com cenas terríveis de milhares de civis, com grande número de crianças, mortos na Faixa de Gaza. Desde o início do conflito mais de um milhão e meio de pessoas tiveram que sair de suas casas para buscar abrigo e ao menos 260 mil habitações foram destruídas. O exército israelense tem como alvo qualquer palestino, seja ele atrelado ao Hamas ou não. Estados Unidos e China ampliaram sua disputa pelo poder econômico mundial, com a moeda chinesa, o yuan, perseguindo o dólar para ocupar o topo em transações internacionais.
Por outro lado, também tivemos notícias animadoras. Após 15 anos de negociações países membros da ONU alcançaram um acordo histórico para proteger o ecossistema marinho. O pacto estabelece diversas diretrizes visando colocar até 30% dos mares sob proteção até 2030. Ainda, o desmatamento na região amazônica apresentou uma queda de 42% de janeiro a julho deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. De igual forma o desmatamento na Mata Atlântica apresentou uma queda de 59% de janeiro a agosto deste ano.
Para além das questões ambientais, o Brasil como um todo avançou em 2024. O país voltou a ser destaque nas relações diplomáticas internacionais e assumiu protagonismo no BRICS. A histórica Reforma Tributária, esperada desde o século passado, foi alcançada, emplacando uma vitória do Ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Falando em economia, as previsões dos índices indicativos melhoraram a cada divulgação. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, fechou no dia 26/12 a 133.532 pontos, o maior patamar da história. O dólar alcançou novamente o menor patamar do ano, em R$4,82. A expectativa para inflação recuou novamente e deve fechar em 4,49%, já o PIB de 2023 deve fechar em 2,92% de crescimento. O desemprego a nível nacional também recuou em 3,8%.
Na contramão dos novos ventos, nossa região enfrentou um ano difícil. Na economia vemos Pelotas atrasando salários de servidores e Rio Grande tomando medidas de austeridade para manter as contas em dia. O emprego na cidade continua escasso e assistimos diversos empreendimentos fecharem. É preciso um esforço unificado de toda sociedade civil para criarmos mais atrativos para nossa região. Um exemplo do atraso que nos segura é o novo reajuste nos pedágios, que mais ajuda a ideia de outro porto marítimo no estado.
Que em 2024, ano de eleições municipais, possamos vislumbrar um futuro melhor para Rio Grande e região. Deixo aqui, então, meu desejo de um excelente e abençoado 2024 para todos e todas. Vamos em frente!
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