Marisa Martins
Primeira História
Cada vez que se retorna à Tailândia, sempre é encontro. A primeira história com ela.
PRIMEIRA HISTÓRIA
Marisa Martins
aloha.marisah@gmail.com
Cada vez que se retorna à Tailândia, sempre é encontro. A primeira história com ela.
Gosto de contar histórias. De paisagens físicas e humanas. Às vezes, de meu próprio cenário. Um quase brincar de escrever. Sem aprofundamentos hermenêuticos. Mesmo que, por trás, existam interpretações literais ou subjetivas. Ou juízos de valor.
Tailândia é assim: repleta de interpretações. No mapa de contextos pitorescos, talvez ofereça ela as maiores diversidades para emoldurar enredos.
Por aonde se ande, rode ou navegue, estará o inusitado. O contraste. Cidades, vilas. Rios, mares. Matas, rochedos. Templos, shoppings. Palácios, palafitas. Riqueza, miséria. Tsunamis, reconstrução.
Difícil optar por vivências naquele pedaço de sudeste asiático. Sempre restarão escaninhos a serem abertos. Guardam páginas em branco, para histórias a serem contadas.
Não ficará em branco página do encontro com o Mar de Adaman, braço do Índico, navegando para o arquipélago das ilhas Phi Phi.
Conhecia meandros continentais, a partir de Bangcoc, até a fronteira com Camboja. Metrópole, matas, e águas de rio. O entorno oceânico ficou à espera.
Ilha de Phuket. Reconstruída após tsunami de 2004. Do porto, barco ruma, em mar azul safira, em direção a Phi Phi Don. Ao Norte, é a única ilha com estrutura urbana. Mas sem estradas. Só pela água se acessam hotéis e vilarejos.
Entardecer. Maré baixa deixa fundo de corais à vista. Embarcação fica ao largo. Impossível chegar na orla. Elegantes e decoradas canoas de fundo chato buscam bagagem e viajantes.
Em baixio troca-se canoa por espécie de carroça puxada por trator. Segurança uniformizada auxilia o transbordo.
Na orla, cortina de matas e coqueiros, dezenas de canoas típicas longtail – rabo longo - construções por encostas. Se é entrada para o paraíso, estarei viva? Belisco-me, para crer real o que vivencio.
Sensação de planar num sonho, que durou todas as horas, todos dias do retorno à Tailândia.
Um encontro, outra vez. E esta, a primeira história com ela. Das muitas primeiras histórias...
P.S.: A terra Tai fascina com olhos de mil cores.
Foto: arquivo pessoal
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