Lênin Landgraf
Crise do lixo em Rio Grande
Em uma rápida pesquisa aqui no O Litorâneo, é possível perceber que a primeira notícia do problema foi dada em 09/05 (42 dias atrás), em uma reportagem produzida por Laura Cosme. De lá para cá, nada mudou.
Lênin Landgraf
Mestre em História (UFPel)
leninplandgraf@hotmail.com
Crise do lixo em Rio Grande
Há mais de um mês a população rio-grandina vêm percebendo cada vez mais o acúmulo de lixo nas esquinas e lixeiras disponíveis, inclusive com a incidência de queima de lixo em via pública. Em uma rápida pesquisa aqui no O Litorâneo, é possível perceber que a primeira notícia do problema foi dada em 09/05 (42 dias atrás), em uma reportagem produzida por Laura Cosme. De lá para cá, nada mudou.
Naquela data, 09/05, funcionários da empresa responsável pela coleta do lixo realizaram protesto na Av. Itália reivindicando o pagamento de salários. O prefeito Fábio Branco (MDB) – que confirmou que os repasses estavam em dia – responsabilizou a empresa pelos problemas e afirmou ter multado a terceirizada, que sequer licitada estava, mas sim em um contrato emergencial.
Dez dias mais tarde, em 19/05, em meio a maior enchente da história, e com montanhas de lixo acumulado pela cidade, a prefeitura, através da Secretaria de Zeladoria, assumiu o controle dos caminhões de lixo e passou a realizar provisoriamente o recolhimento. O esforço realizado claramente não foi suficiente tendo em vista que hoje (20/06), já passada a enchente, continuamos vendo e sentindo o cheiro do lixo por toda a cidade.
Com a baixa da lagoa, restaram móveis destruídos e o aparecimento de ratos e outras pragas, que além de doenças como a leptospirose, são levados pela chuva e entopem o sistema de escoamento de água de toda a cidade. Não é possível que a prefeitura e seus secretários não tenham previsto que, após a maior cheia da história do RS, a quantidade de lixo acumulado (móveis estragados, documentos, entulhos) seria enorme. E nossos vereadores? Onde estão para apontar uma solução, fiscalizar e cobrar a prefeitura?
É claro que os adversários políticos do prefeito – que visam as eleições do final do ano – estão utilizando-se da crise em seu favor. Mas é sempre bom lembrar que tal problema é reincidente e atravessa administrações. No meio da disputa política e da ineficácia da administração municipal, está a população, que após sofrer com a enchente, segue sofrendo com o lixo e seus desdobramentos.
A última promessa – não cumprida – da prefeitura era de que uma nova empresa assumiria a coleta no último dia 19/06. Em nota, explica a administração municipal que o atraso se dá por uma solicitação da nova empresa. Enquanto isso, seguimos em meio ao lixo.
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