Marisa Martins aloha.marisah@gmail.com

Inverno tem recortes bonitos, e não só agressivo frio e gelados ventos. Acordar entre montes nevados a 2885m de altitude, por exemplo. Abrir porta de motorhome, com amigável cão São Bernardo acolhendo. Aspirar ar gelado diante da Laguna Del Inca. Primeira noite numa estação de esqui. Portillo. Chile.

Aconteceu por um desses acasos inesperados para quem se aventura. Ultrapassada fronteira Argentina/Chile, em Paso Los Libertadores, às margens da rodovia, Portillo semelhou ao paraíso, depois de longa escalada da Cordilheira dos Andes.

Hotel, às margens da Laguna, abriga casa rodante e exaustos viajantes, em amplo estacionamento. Com aquele gesto acolhedor, Chile disse: -sejam bem-vindos.

Na branca manhã, caminhada pela mais antiga estação de esqui da América Latina. Data de fins do séc. XIX. Pistas encravadas em vale estreito, e situadas no meio da montanha, e não no sopé. Simplificam, assim, manobras dos esquiadores. Emolduram a Laguna Del Inca e o hotel.

Na mais famosa pista de esqui de Portillo, Roca de Jack, foi quebrado um recorde de velocidade, com descida a 217 km/hora.

Há pistas para todos os gostos e experiências. Mais ou menos inclinadas, com neve solta ou compactada.

São seis metros de neve que caem, em média, ao ano. Se, eventualmente, ela faltar, a estação possui sistemas de produção dos flocos, garantindo qualidade às pistas.

Quem lê, imagina alguém aficionada ao esporte. Não. Longe disso. Só curiosa, que admira equilíbrio e coragem de quem o pratica.

Encantam o charme de coloridas roupas, e equipamentos das estações.

Portillo, o São Bernardo, montes Tres Hermanos ao fundo da Laguna del Inca, emoldurando cenário andino, deixaram lembrança sempre presente em invernos tais este de julho.

Aquela lembrança de primeira (e única) noite em estação de esqui...

P.S.: Sensação de frio é maior com nosso vento sul e baixa temperatura, do que em meio a espessa camada de neve.