Elis Radmann

Cada um de nós tem os seus anseios e desejos, aquela esperança de fazer algo que idealiza ou sonha desde pequeno. E estes sonhos são mutáveis, variam conforme a época da vida ou a realidade social em que vivemos.

Há pouco tive a experiência de coordenar uma pesquisa nacional, realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de Opinião, que questionou os principais medos e os sonhos da população e quero compartilhar a experiência de estudar os sonhos dos brasileiros.

Durante o estudo, apareceram todos os tipos de objetivos de vida. Como o “sonho é livre”, cada um contou os seus propósitos. Muitos sonhos estão ligados à necessidade, a uma situação que precisa ser superada. Outros tantos são aspiracionais, demonstrando que o entrevistado quer avançar em sua jornada, “quer ter algo mais”.

A pesquisa indicou que há quatro grandes grupos de sonhos: o financeiro, o físico, o espiritual e o emocional.

Os sonhos associados à questão financeira movem a maioria das pessoas. Se destacando o acesso a grandes bens de consumo, como casa e carro. Poder viajar, passear e usufruir de um melhor padrão de vida, também engrossam a lista de prioridades. Tem aqueles que sonham em ganhar na Mega Sena mas a maioria quer ter o trabalho dos sonhos ou ser reconhecido em sua área de atuação. Alguns só gostariam de ter um emprego. E tem uma boa parcela que está preocupada com o endividamento pessoal e, neste caso, o sonho seria colocar as contas em dia.

Mas, como nem tudo na vida é dinheiro, ¼ da população se preocupa com a sua qualidade de vida, com a necessidade de superar um problema de saúde pessoal ou familiar. Sabe aquele momento em que você pede a Deus para te dar mais tempo de vida ou zelar por alguém de sua família? Pois é, este é um desejo caro para uns 10% da população, que colocam a saúde como sua prioridade, no momento em que nada mais faz sentido. Também tem aqueles que querem ter mais tempo para fazer coisas básicas, como um checkup e exercícios físicos, ter aquela hora para andar por uma trilha ou ciclovia sem se preocupar com as responsabilidades.

E, como o mundo não tem sido fácil, uma parcela quer evolução, sonha com a ampliação da espiritualidade e deseja se tornar uma pessoa melhor. A religião aparece como um motivador de um em cada dez entrevistados.

E temos que ter atenção aos anseios daqueles que querem ter mais inteligência emocional. Que reclamam de sofrimento, estresse contínuo ou até mesmo depressão. Esse grupo sonha com a paz e o equilíbrio e deseja que todos os seus medos e angústias sumam, para que sejam mais felizes e prosperem.

Falando em felicidade, também encontramos o grupo contemplativo, que busca a felicidade como propósito de vida. Não querem se incomodar. Uns querem sentir os prazeres da vida e vivem para ter bem-estar pessoal. Para outros, a felicidade está no status, em aparecer bem na foto. E tem aqueles que já estão no estágio contemplativo, não se preocupam com nada e vivem muito bem assim.

E você, já parou para pensar sobre o seu principal sonho? Se enxergou em algum dos perfis?