Ique de la Rocha

As eleições municipais estão se aproximando e, lamentavelmente, tudo indica que veremos o acirramento da polarização entre esquerdistas e bolsonaristas. Lamento, porque os brasileiros certamente gostariam de ouvir boas propostas dos candidatos, ao invés de bate-boca ou de mentiras. Que todos apresentassem projetos interessantes, inovadores, para desenvolverem suas cidades e que vencesse o melhor. Mas, pelo jeito, o que vai prevalecer serão os discursos anti-esquerdistas ou anti-bolsonaristas, mesmo sendo uma eleição municipal, pois os “caciques” dos partidos estão vendo este pleito como um teste para as eleições de 2026.

É preciso cuidar das áreas de risco

Antes mesmo das enchentes aqui no Rio Grande do Sul eu já defendia que os municípios, assim como os governos estaduais e o federal, deveriam ter secretarias voltadas para a proteção das áreas de risco. Em nível nacional deveria ser até um ministério, tal o tamanho do problema. Depois das enchentes em nosso estado essa necessidade ficou ainda mais evidenciada, da mesma forma que quase todo ano acontecem catástrofes provocadas por temporais e deslizamentos de terra em outros pontos de nosso país.

Em nossa cidade já está mais do que na hora do governo municipal começar a se preocupar com o aumento do nível do mar, que vai atingir muito das áreas que foram alagadas há pouco. Ainda temos a sorte de contarmos com a Furg, cujos técnicos poderão contribuir, mostrando as áreas que serão impactadas ou mesmo sugerindo soluções para o problema.

Entendo que a criação de uma secretaria nesse sentido deveria constar do plano de governo dos candidatos.

Candidatos, apresentem ideias!

Aliás, Rio Grande vai ficando cada vez pior. Se formos comparar a cidade com o que era há cerca de 30 anos, veremos que só piorou. E isso que naquele tempo já reclamávamos da estagnação econômica. Nossa população diminuiu, muitos rio-grandinos foram e ainda estão indo embora, a cidade tem um aspecto de desleixo. Nem vou citar o lixo esparramado nas ruas, mas basta olharmos para o estado das calçadas, cada vez piores, um problema ignorado por nossas autoridades. O centro da cidade é tomado por prédios em ruínas. Não temos plano diretor atualizado e que incentive nosso desenvolvimento e a revitalização da área central.

Dá para se fazer uma lista grande das carências da cidade. Por isso, o momento de se discutir Rio Grande deveria ser nos debates eleitorais, que também não sabemos se vai acontecer porque nossa TV está centralizada em Pelotas e não temos jornal diário.

Candidatos, apresentem um projeto para a cidade. Do contrário, façam um grande favor e respeitem essa velha expressão: quem não tem competência que não se estabeleça.

A duplicação da ERS-734

Finalmente a obra de duplicação da ERS 734 (av. Itália) começou a andar em ritmo acelerado. A demora para asfaltar apenas cerca de 10 quilômetros tem uma justificativa: o interesse de inaugurar somente quando a eleição se aproximar. Espero que dê tempo, porque terá sido uma das poucas coisas boas que o governador Eduardo Leite, recebedor de mais de 80% dos votos dos rio-grandinos nas duas últimas eleições, fez por nossa cidade. Eu também fui um dos que votei nele, mas nessas duas gestões tucanas assisti Rio Grande ficar mais parecido com um bairro de Pelotas e até na questão portuária foi criada uma autarquia que mais parece um cabide de emprego. A dobradinha EduardoLeite/Fábio Branco não funcionou, ao menos de forma a beneficiar nosso município. Claro que respeitando opiniões que possam ser contrárias. O resultado da eleição vai mostrar quem tem razão.

Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com