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Rio Grande,07/09/2024

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Marisa Martins

AGAMIA – Restarão rosas e poesia?

Agamia – uma nova forma de relacionamento. Sem rosas e poesia?

Foto: São Petersburgo, Rússia / Arquivo pessoal
AGAMIA – Restarão rosas e poesia?

Marisa Martins

aloha.marisah@gmail.com


Agamia – uma nova forma de relacionamento. Sem rosas e poesia?


Monogamia, poligamia, poliandria. Agamia. Três primeiros são relações seculares, estabelecidas em diferentes culturas.

Monogamia, aceita pelo cristianismo, é a família tradicional, formada por um casal. Poligamia, oriunda mormente do mundo árabe, envolve relacionamento entre três ou mais pessoas. Um homem com várias esposas. Poliandria, uma mulher convive com mais de um homem.

Poliandria, costume em poucos países, ainda é encontrada no Nepal, Sri Lanka, Butão, Tibete.

Atualmente, surge nova base para configurar forma de convivência: agamia. De origem grega, A significa não ou sem; GAMOS, união íntima.

Logo, eis o fundamento: sem interesse por intimidade e romantismo, em relacionamentos.

Além disso, pares ágamos evitam formalidades legais, como casamento, união estável, vínculos afetivos, ter filhos.

Vão além do morar separados ou morar com dois pais, ou duas mães. Entendem que esta é fórmula para independência e realização pessoal e profissional. Estariam juntos, mas independentes. Versão moderna das fugazes relações de ficantes, pois seriam mais duradouras.

Heloísa Buarque de Almeida, professora da USP, citada pela advogada Mônica Bezerra em artigo sobre agamia, enfatiza que novas gerações, universalmente, buscam outras formas de relacionamento, sem compromisso legal.

Salienta, também, que jovens se preocupam com questões mais abrangentes, como preservação do planeta. E muitos estão relacionados à vida digital, pelas redes sociais.

Assim, entende-se, não há modelo ideal ou padrão de relacionamentos. A juventude do terceiro milênio não aceitaria enquadramentos.

Pergunto: será que essa desvinculação do emocional, da intimidade, dos desejos inatos do ser humano, em busca de realização pessoal individual, seja nas artes, ecologia, pesquisas, tecnologias, empreendimentos, não levará ao vazio existencial?

Estudo recente em países escandinavos, ditos “países da felicidade”, mostram inquietante nova realidade, que concorre com agamia. Cada vez maior número de jovens necessita apoio psicológico ou psiquiátrico, por problemas emocionais e mentais.

A questão está lançada: sem rosas (e seus espinhos) e poesia, será alcançado equilíbrio existencial-relacional?


P.S.: Será a agamia etapa da desumanização?



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