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Rio Grande,16/09/2024

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Lênin Landgraf

A importância do Dia do Arqueólogo


A importância do Dia do Arqueólogo

Lênin Landgraf

Mestre em História

leninplandgraf@hotmail.com


Cristiano Landgraf

Arqueólogo


No Brasil o dia 26 de julho é considerado o dia dos arqueólogos e arqueólogas, por isso convidei o arqueólogo Cristiano Landgraf para a construção deste artigo. Nessa data – 26/07 – em 1961 foi sancionada a Lei Federal 3.924 que garante a proteção aos monumentos arqueológicos e pré-históricos em todo o território nacional. Colocando-os sob a guarda e proteção do poder público e considerando os danos ao patrimônio arqueológico como crime contra o Patrimônio Nacional. Um exemplo clássico da prática deste crime é o uso indiscriminado de detectores de metal, o que pode destruir possíveis sítios arqueológicos.

A profissão de arqueólogo no Brasil é nova em termos históricos e legais. Somente no ano de 2018, especificamente no dia 19 de abril, a Lei 13.653 foi publicada no diário oficial da união. Em termos históricos os “especialistas” em arqueologia começam a aparecer a partir da década de 1960. O primeiro curso de graduação em arqueologia no Brasil surge em 1975 e foi o da Faculdade de Arqueologia e Museologia Marechal Rondon no Rio de Janeiro, o qual foi fechado e, posteriormente, reaberto na Universidade Estácio de Sá. Já o primeiro trabalho de arqueologia reconhecido no Brasil é do ano de 1834 realizado pelo dinamarquês Peter Lound que atuou nas grutas de Lagoa Santa Minas Gerais.

Um dos desafios enfrentados pelos profissionais de arqueologia é atualmente a grande desinformação do que ele realmente faz e para que “serve” a arqueologia. Normalmente confundidos com Paleontólogos, pois se acredita que os arqueólogos escavam dinossauros.

Ao contrário, a arqueologia se dedica ao estudo dos seres humanos através de seus objetos e vestígios, buscando saber detalhes de nossas sociedades, organizações sociais, cotidianos, hábitos alimentares, questões como epidemias, pandemias, migrações, evolução humana, guerras e etc. São diversos os temas estudados na arqueologia. Isso se aplica tanto na arqueologia acadêmica como na chamada arqueologia de contrato.

Essa última com certeza se encontra nos maiores desafios. Inserida no licenciamento ambiental, a pesquisa arqueológica sofre um grande preconceito. Seguidamente, é atribuída à arqueologia e seus profissionais a paralisação de obras e projetos de empreendimentos. Entretanto, isso acontece primeiramente pelo descumprimento da legislação ambiental e quando os responsáveis colocam em risco o patrimônio arqueológico ou mesmo destroem o mesmo.

Os desafios enfrentados por esses importantes profissionais são enormes. Convivem constantemente com a precarização do trabalho, salários baixos, pressão para liberação de áreas e a “pejotização”, onde a assinatura de carteira de trabalho não ocorre.

Por isso, o 26 de julho não é um dia somente de celebração, ao contrário, é mais um dia de muito trabalho para proteger o patrimônio arqueológico nacional. Por fim, algumas informações sobre a arqueologia no Brasil: a maioria dos profissionais são mulheres; a Serra da Capivara no Piauí, onde se encontram centenas de sítios arqueológicos, entre eles de arte rupestre, é patrimônio cultural da humanidade desde 1991 declarado pela UNESCO; o trabalho arqueológico gera centenas de empregos em todo o Brasil não só durante o processo de pesquisa em campo, mas também em laboratórios, empresas, prefeituras, museus e etc.



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