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Rio Grande,12/09/2024

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Ique de la Rocha

Exemplo de administração municipal

Secretária de Balneário Camboriú deu dicas interessantes para melhorias das cidades.


Exemplo de administração municipal

Ique de la Rocha

 

Entre as várias questões interessantes levantadas no seminário “Rio Grande e seu caminho para o futuro”, promovido dia 9 de agosto pelo Sinduscon, gostei muito da fala da representante da Prefeitura de Balneário Camboriú, um município com 140 mil habitantes, com apenas 60 anos de idade, mas que cresce em ritmo rápido. A engenheira civil Clélia Witt Saldanha abordou o tema “Desafios e oportunidades de implantação de outorga onerosa no município de Balneário Camboriú/SC” e revelou que o orçamento da cidade litorânea catarinense é de R$ 2 bilhões com a economia baseada no turismo e na construção civil, sendo que esta última é consequência da primeira. É para termos uma noção do quanto o turismo gera dinheiro, empregos e oportunidades.

O município em questão tem apenas 46km2 de área. Por isso a necessidade da verticalização da cidade. Parece a Dubai brasileira, com inúmeros arranha-céus. Lá está situado o prédio residencial mais alto da América Latina e será construída uma torre com 560 metros de altura, ou seja, com mais de 150 andares.


“A cidade tem que ser pensada para que as pessoas se sintam bem”

Quando a palestrante referiu-se à forma como o Executivo Municipal de Camboriú enxerga a sua cidade, fiquei pensando como seria bom se nosso futuro prefeito tivesse princípios semelhantes com relação à administração municipal. Disse ela: 

- Os três pilares do desenvolvimento urbano sustentável em Balneário Camboriú são a proteção ambiental, o desenvolvimento social e o desenvolvimento econômico. A cidade tem que ser pensada para que as pessoas se sintam bem. Nosso prefeito pensa sempre no melhor para que as pessoas venham usufruir da cidade, tanto o turista como quem mora lá. Balneário Camboriú tinha o maior índice de suicídios e com vários projetos isso foi mudando em cima dos três pilares já citados. O Executivo zela pela excelência dos serviços públicos, manutenção dos espaços coletivos, ofertas de infraestrutura e política voltada para a mobilidade sustentável, que é um dos calcanhares de Aquiles porque o município se desenvolveu muito rapidamente. Construímos praças, parques, valorizando cada espaço. O cuidado com a cidade pode ser até com um canteiro de flores, mas já faz diferença. A morraria dá um charme para a visão da cidade e temos um ambiente que favorece o desenvolvimento de negócios.

Com as outorgas onerosas, Balneário Camboriú já arrecadou, desde a sua implantação em 2008, em torno de R$ 1 bilhão, aplicados em infraestrutura. Enquanto aqui reclamamos há muitos anos a falta de uma grande obra, apesar de sermos o município mais rico da Metade Sul e um dos mais ricos do estado em arrecadação de ICMS, recentemente a Prefeitura da cidade catarinense investiu em torno de R$ 600 milhões para o alargamento da sua faixa de praia central, uma obra que eles chamam de “engordamento da praia”. O investimento foi financiado por um banco e o pagamento está sendo feito através das outorgas onerosas. .


Eles pensam grande

No turismo Balneário Camboriú pensa grande. A representante da Prefeitura explicou que o desenvolvimento do município se deve às belezas naturais. A cidade começou a ser divulgada dentro e fora do Brasil nos anos de 1990 e “quando a Argentina estava com a economia em alta, o dólar lá em cima, investidores argentinos compraram muitos imóveis. E teve gente da terra que sonhou alto, querendo que a cidade se desenvolvesse”. Além da praia e belezas naturais, as torres gêmeas foi um empreendimento que saltou aos olhos. Ainda tem a roda gigante, o Parque dos Dinossauros da Space Adventure da Nasa e os empreendimentos imobiliários não param de surgir..


“A cidade de vocês só precisa de cuidado”

Em dado momento da palestra, alguém da assistência lamentou os problemas que Rio Grande hoje enfrenta e deu margem a outras manifestações. Clélia Saldanha amenizou: “A cidade de vocês só precisa de cuidado. Vocês tem um potencial imenso aqui. Outra vez que estive aqui (ela tem parentes no Rio Grande), a praça (Tamandaré) tinha um pouco mais de vida. O rapaz do aplicativo, que me trouxe até o hotel, disse: “hoje a praça está invadida”. É algo que precisa de cuidado. Cuidados com a cidade são questões que não envolvem muitos recursos e vocês podem melhorar muito a cidade de vocês”.

Saldanha falou que não se pode deixar a pichação, prédios em ruínas ou locais deteriorados. “Quando isso acontece, pode surgir alguma destruição e vai induzir cada vez mais as pessoas a terem esse comportamento. Pequenos cuidados já começam a fazer diferença numa cidade”. 

Nosso maior problema é não ter visão de futuro, disse um dos presentes.  Segundo ele, projetos até existem, mas parece que as pessoas em Rio Grande não tem interesse e não se unem para levar adiante.

No final do seminário pedi a opinião da palestrante sobre a tentativa de descentralização da cidade com o consequente abandono da área central. A engenheira Clélia Saldanha entende que “tem de concentrar a população onde os investimentos já foram realizados, como o centro, que não pode morrer. Tem de requalificar essa área da cidade”.  


Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com



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