Ique de la Rocha

Fiquei sabendo que a RBS TV promoverá o debate entre os prefeituráveis e que o Sinduscon Rio Grande irá ouvir, em setembro, os candidatos individualmente para saber de suas propostas e também encaminhar as demandas do nosso setor da construção civil. Já, em conversa com o André Zenobini, também soube que o “Litorâneo” prepara-se para fazer uma grande cobertura das eleições. Um dos pontos altos será o debate com transmissão ao vivo na internet.

Cobertura tem. Agora vamos ver se os candidatos apresentarão realmente propostas para nossa cidade, que tanto carece de investimentos e iniciativas.

Mas a democracia é boa por isso. Só ela promove um rodízio na Chefia do Executivo ou nos parlamentos, se assim a população entender que deve acontecer. Numa ditadura não existe isso. Se o governo for ruim temos de aturar, sabe-se lá por quanto tempo. O último golpe militar levou 21 anos para nos deixar e, mesmo assim, eles não queriam largar.

Maluf implodiu com tudo

A propósito: sabem graças a quem o regime militar acabou? Ao Paulo Maluf, um governador da direita, acusado de corrupção, mas que também tinha a sua popularidade. Na verdade, o presidente Figueiredo, que assumiu prometendo transformar o Brasil numa democracia, pretendia que o seu sucessor ainda fosse por eleição indireta para depois sacramentar a abertura política. Acontece que o vencedor da convenção nacional do PDS, de onde sairia o novo presidente, contrariando os desejos e a orientação do governo da época e dos próprios mandatários do Partido, foi Paulo Maluf. Insinuavam até que ele teria comprado os convencionais. O descontentamento foi tanto que estava prevista a visita do candidato do PDS ao presidente da República e Figueiredo o recebeu com a cara amarrada. Maluf, na maior cara de pau e na frente dos jornalistas, disse: “Sorria, meu presidente!” e Figueiredo na mesma hora retrucou: “A cara é minha e eu sorrio quando quero!”.

O PDS implodiu, a oposição rapidamente se mobilizou, vendo que aquele era o momento para “melar” de vez o regime da época. Como o presidente do PDS era José Sarney, também contrário à Maluf, ele foi convidado a ser o vice de Tancredo Neves, que seria o candidato de consenso. Como todos sabem, Tancredo morreu e José Sarney foi empossado.

Final da ditadura foi comemorado aqui

Eu lembro que aqui em Rio Grande a boate mais badalada era o “585 Privé”, que promoveu uma festa para comemorar a volta da democracia. A partir da eleição de Sarney, a movimentação na cidade era para saber quem sucederia Abel Dourado, já que aqui era´município considerado Área de Interesse da Segurança Nacional, onde os prefeitos não eram eleitos pelo voto popular e sim nomeados pelo presidente da República (isso acontecia nas capitais e em municípios de fronteira ou portuários como o nosso).

Chegou a se falar no nome de Farydo Salomão, o último prefeito antes do golpe, que havia sido cassado pelos militares, mas o mais cotado foi o presidente do diretório do MDB, Moacyr Erdós. Só que a nomeação não aconteceu. Abel Dourado governou até o final de seu mandato e o sucessor foi Rubens Emil Correa, que havia sido prefeito nomeado e em 1986 retornava consagrado pelas urnas.

Melhorias na Tamandaré

Continuo achando que a praça Tamandaré comporta um novo atrativo e que essa melhoria deveria ser voltada para a gurizada. O local que considero ideal seria frente ao parque infantil. Teriam que desmanchar o chamado mini-zoológico (a parte da antiga jaula dos macacos e a área do lado), hoje abandonado, mais aqueles canteiros onde tem um monumento à imprensa e aquele outro em que se situa um banheiro público. A obra seria uma pista de skate, na minha opinião, um dos esportes mais populares entre a garotada, não à toa transformado em modalidade olímpica. Várias cidades tem pista de skate em suas praças.

Rio Grande precisa reagir e o governo municipal tem a obrigação de proporcionar comodidade e lazer à sua gente.

Outra coisa que vou começar a insistir: “mataram” a nossa Fearg, não é? Pois enquanto ela não acontece, deveríamos ter, no mínimo, uma feira de artesanato nos domingos à tarde também na praça Tamandaré, o que contribuiria para devolver o centro da cidade e aquele logradouro à população. 

Eu ainda procuraria a TIM, que dizem ser a proprietária da Torre de Micro-Ondas, para propor a colocação de iluminação. Logo que surgiu, a torre era iluminada e a luz dos refletores ainda iluminavam boa parte da praça. Ficava muito bonito.

Acredito que não só eu, mas muitos rio-grandinos que querem ver sua cidade bonita, mais alegre, gostariam de ver o dinheiro da cidade mais rica da região aplicado em obras e iniciativas para embelezar e movimentar a cidade.

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