Ique de la Rocha
SJN e o EBR
Torcemos para que essa parceria continue dando muitos frutos.
Ique de la Rocha
Gosto muito de São José do Norte, ao ponto de, antes da pandemia, tirar um dia da semana para visitar aquela simpática cidade, o seu povo humilde e muito receptivo. Passada a pandemia, confesso que não estive mais lá. Estou me programando para voltar ao convívio dos nortenses muito em breve. Alguns conhecidos de lá me disseram que a cidade está mudada para melhor e essa também é uma curiosidade que tenho: ver o que o estaleiro proporcionou de bom à nossa Mui Heróica Vila e também o trabalho da administração municipal. Também quero rever alguns amigos, como o Gastãozinho.
A notícia negativa, para São José do Norte, é que, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos (STIMMMERG), o estaleiro EBR está demitindo continuamente trabalhadores. Faltam dois meses para terminar a última encomenda e como parece que não há nada no horizonte, ao menos no curto prazo, comenta-se que cerca de dois mil empregados serão demitidos (uma boa parte até já foi), ficando apenas com um reduzido grupo para a manutenção.
Uma pena, porque parece, de longe, que o EBR fez muito bem à vizinha cidade. Por isso torcemos que essa parada, caso se confirme, seja por pouco tempo, e as atividades sejam retomadas.
Alternativa interessante
O que se sabe é que o EBR e a australiana Corio Generation estudam projetos eólicos offshore na área do estaleiro. As empresas assinaram um Memorando de Entendimentos e, pelo acordo, as duas empresas vão avaliar de que forma a infraestrutura local poderá servir de apoio para a implantação de dois parques eólicos planejados para o sul do país – Cassino Offshore Wind (1200 MW+) e Rio Grande Offshore Wind (1170 MW+). A parceria prevê ainda estudos para reservar uma área que poderia ser usada como base para estes projetos. A ideia da Corio é desenvolver cinco parques eólicos offshore no Brasil, totalizando até 6 GW, como parte de seu significativo portfólio global de projetos nas Américas, Ásia-Pacífico e Europa. Quatro desses projetos, totalizando aproximadamente 4,8 GW, estão localizados nas costas sul e sudeste do Brasil.
Oportunidades de investimento
O assunto foi notícia no excelente site nacional “Petronotícias”. Eis o que disse o CEO da Corio no Brasil, Ricardo de Luca: “Com seu longo litoral e condições marítimas favoráveis, o Brasil tem um potencial incrível para aproveitar a energia eólica offshore e construir um futuro baseado em energia limpa e verde e em uma economia próspera de baixo carbono. Essa jornada exigirá o desenvolvimento de infraestrutura portuária adequada para a construção e manutenção dos parques eólicos offshore do Brasil. Por isso estamos ansiosos para trabalhar com EBR e explorar como o Porto de Rio Grande poderia atuar como um centro para o futuro desenvolvimento de parques eólicos, apoiar o crescimento do setor eólico offshore no sul do Brasil e se beneficiar das significativas oportunidades de investimento que isso pode trazer”.
Centro offshore do país
E sobre uma futura parceria com o estaleiro nortense, se manifesta o presidente do EBR, Wataru Nosaka:“Há muita sinergia dos projetos de eólica offshore com a indústria de óleo e gás. Atividades que envolvam operação, manutenção e aspectos logísticos, incluindo necessidades envolvendo a infraestrutura portuária, são áreas de interseção entre as duas indústrias e, por isso, temos certeza de que o EBR tem muito a contribuir com a Corio neste projeto. O estaleiro tem atuação muito relevante no Sul do país, capacita milhares de trabalhadores há décadas e há total interesse em, conjuntamente, avaliar a região de São José do Norte, junto ao Porto do Rio Grande como centro offshore do país”.
Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com
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