Marisa Martins
Pátria Minha
“Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa. Pátria minha...” – Vinícius de Moraes
Marisa Martins aloha.marisam@gmail.com
Quando distante, na saudade que me aperta o peito, dou-me conta do quanto te amo, Brasil.
Podes ter mazelas, mas não devo confundi-las contigo. És ente abstrato, és nosso berço, nosso lar. Nada nem ninguém pode alterar esta verdade.
Às vezes, não consigo separar esse ser, a terra onde nasci, que me dá gratuitamente seus dons, dos seres e fatos.
Jamais deixarei de te querer bem, pátria minha. Mesmo que me assaltem dúvidas, questionamentos, medos, o amor incondicional a ti, far-me-á sempre retornar.
Há anos acompanha-me o poema “Pátria Minha”, de Vinícius de Moraes. Leio-o nos setembros, quando da celebração da Independência. Vinícius, como embaixador, sentiu a melancolia de estar longe dos referenciais pátrios.
Com a leitura, reforço a emoção de ser tua filha:
“Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae será tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Libertas que serás também”
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, te perfuma e alisa o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama...
Vinícius de Moraes.”
PS – Pátria linda de Norte ao Sul, és nosso definitivo chão e teto.
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