Marisa Martins aloha.marisah@gmail.com

Desconheço faróis em tempo de tormenta. Sempre os vi iluminados pelo sol, ou em noite de luar e estrelas.

Ponta de terra mais oriental do sul do Brasil – Cabo de Santa Marta – imponente, surge o farol com mesmo nome. Em Laguna, Santa Catarina.

É clara a tarde de quase primavera. A sensação que envolve o olhar é de êxtase, diante daquele farol sobre rocha.

Farol de Santa Marta. Visão impactante. Pele arrepia. Impossível não parar à beira do caminho.

Obra de arte deve ser primeiro admirada de longe. Linhas elegantes, retilíneas, emolduradas pelo azul celeste. Escultura cinzelada pelos arquitetos franceses Barbier Bernard e Turenno. 1891.

Feito de pedra, areia, conchas, óleo de baleia, barro, é dos mais altos da América Latina. Vinte e nove metros de altura, sobre promontório de setenta e quatro metros.

No topo, pequena lâmpada, potencializada por redoma com mais de 300 cristais, convergem a luminosidade na mesma direção, até 85 quilômetros.

Contam moradores que Giuseppe Garibaldi, durante a revolução farroupilha, 52 anos antes da inauguração do farol, naufragou naquela costa.

Perigosa pedra do Campo Bom – Laje de Jaguá – local do naufrágio, levou outras embarcações. Guardião da costa, alertando dos riscos, a muitas salvou.

Para quem viaja do sul, caminho mais curto é sair da BR-101, e seguir placa indicando Jaguaruna, antes de Tubarão. Da pequena e graciosa cidade litorânea, são menos de 20 quilômetros até o farol.

No entorno dele, estrada geral de mão única, desvenda coloridas pousadas, bares, restaurantes, lojinhas, ruelas, pequenas casas, em desorganizada organização. E marzão, paraíso de ondas para surfistas.

Farol de Santa Marta. Símbolo de Laguna. Guia sinalizando a rota de nautas. Pescadores, quando vislumbram sua luz, sentem-se no aconchego do lar.

Com certeza da volta...

P.S.: Sobem-se os 29 metros do Farol, por escadinha em caracol, de 142 degraus.