Lênin Landgraf

Mestre em História 

leninplandgraf@hotmail.com 

Seca e fogo assolam o país

Já há algumas semanas o Brasil está vivenciando queimadas desenfreadas por todas as regiões do país, com o acúmulo de fumaça tóxica se espalhando por diversos estados e países vizinhos. Segundo pesquisadores, trata-se da maior seca da história do país, com mais de 1000 cidades em nível extremo ou severo de estiagem. 

É evidente que o que está acontecendo aqui não é um caso isolado. O aquecimento global e a constante degradação do meio ambiente passam a cobrar a conta em todos os cantos do planeta. O agosto de 2024 foi o mês mais quente da história, enquanto 13 dos últimos 14 meses registraram temperatura média 1,5ºC mais quente do que o período anterior a Revolução Industrial. Tais temperaturas são as mais altas já enfrentadas pelo planeta desde o período interglacial, 120 mil anos atrás. 

O clima extremamente seco e os focos de fogo criminosos, de interesse do grande agronegócio, contribuem para o avanço das queimadas que vêm destruindo parte da Floresta Amazônica e do Pantanal, principais vitrines de biodiversidade do Brasil para o planeta. Ainda, segundo a PF, em ampla maioria dos casos os incêndios começaram com ação humana. A polícia afirma ainda que o movimento de queimada parte principalmente de invasores de terra e grileiros, visando queimar as florestas e vegetações nativas para expandir plantações e áreas para pastagem. A ganancia humana mais uma vez revela a sua falta de escrúpulos. 

O Governo Federal, por sua vez, diz que pretende endurecer as punições para quem provoca incêndio criminoso. Além da pena de reclusão, que pode variar entre dois a sete anos, a punição se estenderia para o confisco de propriedades e vedação do acesso ao crédito, o que considero pouco. 

Cabe frisar que o meio ambiente tem pressa e não pode esperar que projetos de leis sejam apreciados – com a famosa letargia do Congresso Nacional – para uma possível solução. O Governo Federal, ao lado dos governos estaduais e municipais, precisa agir imediatamente e de maneira enérgica para cessar a crise atual e impedir que novas queimadas se espalhem nos próximos períodos de seca.