Ique de la Rocha

O porto Meridional, projeto dos empresários de Caxias do Sul e da Serra gaúcha para ser construído em Arroio do Sal, no litoral norte gaúcho, continua avançando, ao contrário do que muitos em nossa cidade poderiam pensar, já que por alguns meses não se falou mais nele. E o andamento do projeto dos caxienses nos interessa por tratar-se de um forte concorrente ao porto local.

A jornalista Débora Ertel, do site ABCMAIS, de propriedade do poderoso e admirável Grupo Sinos, de Novo Hamburgo, publicou nesta última segunda-feira, 16, as novidades: “Até o final deste ano, a DTA Engenharia deve concluir o Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) do Porto Meridional de Arroio do Sal. O projeto é avaliado em mais de R$ 6 bilhões e já teve autorização de construção da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em abril. Agora, é preciso concluir este levantamento técnico, que está na última fase, para protocolar o pedido de licenciamento junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”.

Prossegue a jornalista:

“De acordo com o Ibama, o termo de referência, emitido em março de 2022, a pedido da DTA, foi prorrogado. Com isso, o empreendedor tem até 2025 para apresentar o EIA/Rima, que ainda não foi protocolado. Esses documentos são considerados os mais importantes em um empreendimento deste porte, pois detalham o impacto e a viabilidade ambiental. O estudo é produzido com base nas orientações legais e são obrigatórios para a liberação da Licença Prévia”.

Sem assoreamento e custo operacional muito baixo

A notícia traz, ainda, informação da Prefeitura de Arroio do Sal de que, em agosto, foram realizadas quatro audiências públicas sobre a instalação do porto e o comentário do presidente da DTA Engenharia. 

João Acácio Gomes de Oliveira Neto diz que há muitos donos de carga, tanto do Rio Grande do Sul como de Santa Catarina, querendo saber do cronograma de obras. De acordo com ele, o empreendimento se mostra bastante viável para atender a região norte do Estado, carente de logística portuária: “Infelizmente, o Estado foi muito castigado pelas enchentes e o aporte de sedimentos. Mas o Porto Meridional estará imune a essas intempéries por ser oceânico onshore e fechado, sem assoreamento e com custo operacional muito baixo”.

O porto em Arroio do Sal deverá movimentar até 65 milhões de toneladas de carga sólida e granel, 800 mil toneladas líquidas, cargas gerais 1,8 mil toneladas e 300 TEUs (Containêres).

“Depender de um único porto atrapalha”

O diretor da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), Fauston Saraiva, observa que o empresariado está ansioso para que saia a licença e o início da construção do porto. “Porque depender de um único porto é uma logística que nos atrapalha muito”, diz ele, referindo-se ao porto do Rio Grande.

A notícia também destaca que “o projeto do porto (em Arroio do Sal) é apoiado por entidades como a CIC de Caxias do Sul e a Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Estância Velho e Dois Irmãos (CIC)”.  

Cargas de NH e Regi]ão Metropolitana

Não dá para entender a calmaria na Portos RS, Governo do Estado e mesmo no governo municipal com relação ao futuro concorrente que irá surgir. O pessoal da Serra não é que nem aqui, que deixa tudo para amanhã. E o interesse do empresariado da região de Novo Hamburgo em Arroio do Sal nos mostra que o Porto Meridional irá pegar cargas daquela região, que hoje são nossas, como as de calçados. E para quem acha que a indústria calçadista está em queda, no próprio site ABCMAIS tem a notícia: “Marcas da região em evidência na feira calçadista italiana que tem o apoio do governo do Estado”. Trata-se da Micam Milano, considerada a maior e mais importante do setor no mundo, com expositores de 30 países. Ela termina nesta terça, 17, em Milão  

Também cargas da Região Metropolitana poderão migrar para o porto em Arroio do Sal.

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