Marisa Martins aloha.masisah@gmail.com

“Mostremos valor, constância, nesta ímpia e injusta guerra/Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”...

Após um ano de início da tragédia das águas, pelas enchentes de setembro e novembro, em 2023, e pela grande e avassaladora cheia em maio deste ano, deve soar como incentivo à luta, o refrão de nosso hino riograndense.

Sim. Mostremos constância contra esquecimento do que aconteceu. Urge busca de soluções objetivas para monitoramento de nossas bacias hidrográficas, barragens, desmatamento e erosão das margens, assoreamento de mananciais, riachos, arroios, rios, lagoas, realocação de populações ribeirinhas.

Os heróis farroupilhas Bento Gonçalves, David Canabarro, Gomes Jardim, de que forma agiriam, se vissem inundadas a primeira capital do Estado, Rio Grande, e a primeira capital farroupilha, Piratini?

Por certo, à época, comandariam resgates e socorros, salvariam vidas, reconstruiriam o devastado pelas inundações e correntezas. Assim fariam, como enfrentaram o Império, em 20 de setembro de 1835, iniciando Revolução Farroupilha.

No presente, liderariam e uniriam gaúchos, para também minorar efeitos de eventos climáticos agressivos futuros?

Esta pergunta me faço em tentativa de reorganizar emoções, depois de ver e sofrer efeitos das inclemências.

Sinto-me frágil, impotente, como muitos, não fazendo jus à bravura dos farrapos. Lutaram eles pela independência do torrão gaúcho, renunciando à normalidade de suas vidas para defender ideais.

Mostraram “valor, constância”, naquela injusta guerra. Quiçá, nossa fragilidade se transforme em espécie de guerra justa, pela recomposição de cada pedaço do Rio Grande do Sul, levado pelas águas.

Uma luta, por palavras e gestos que apoiem ideias transformadoras de nosso habitat, para se viver sem medo.

Lindo e ferido Rio Grande do Sul, no 20 de setembro, mais do que façanhas, nosso amor por ti, “sirva de modelo a toda terra”...

P.S.: Um pouco da bravura farroupilha em nós, será o muito de que nosso Estado precisa.