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Rio Grande,29/01/2025

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Marisa Martins

Viajar? Eis a questão

Procuro ver, com olhar seletivo, apenas o que já vi e foi aprazível.

Göreme, Capadócia, Turquia / Arquivo pessoal
Viajar? Eis a questão

Marisa Martins aloha.marisah@gmail.com


Céu muito azul. Sol nascendo. Coloridos balões vagando sobre paisagem lunar. Capadócia. Turquia.

Foi-se tranquila beleza daquele lado do mundo. No Oriente Médio, guerras ditas santas destroem e matam. Furacões atingem ilhas do Caribe e sul dos Estados Unidos, nas últimas semanas.

Aqui, fogo ardendo nas florestas do norte e pantanal no centro-oeste. Ameaça de tempestades, granizo e chuvas no sul, ocupa noticiários e perturba meteorologistas, após tragédia de maio.

Volto ao tema de catástrofes da natureza e humanas a contragosto, pois me repito. Preferiria assuntos alegres e leves. Já basta o que vemos, ouvimos e lemos diariamente.

O que me leva a isso tem explicação. Pergunta martela-me a mente, já que é época em que muitos planejam viagens: aonde ir no Natal, Ano Novo, férias?

Abro o mapa. Analiso cada ponto entre meridianos e paralelos, próximos e distantes. Em maior ou menor escala, em terras e mares, onde não há desastres climáticos, há desastres humanos, guerras, atentados, revoltas, epidemias.

Difícil optar por roteiro prazeroso e seguro, num tempo em que o mundo parece de cabeça para baixo, imprevisível.

Por outro lado, aceitar emocional e passivamente o impacto de turbulência local e mundial, é caminho para permanecer entre quatro paredes. Mesmo aí, ver-se-á perigo.

Não aceito pessoas transformando-se em prisioneiras de sinistroses e de negativismos. Faço mea culpa, por deixar que acontecimentos dos últimos tempos me abalem a segurança.

Volto ao mapa. Procuro ver, com olhar seletivo, apenas o que já vi e foi aprazível. Assim o faça quem gosta de viajar. Se quase tudo foi agradável, por que não retornar a alguns desses lugares? E, dentro deles, procurar atrações locais desconhecidas.

O desejo de voar, trilhar, estradar, precisa permanecer. Sem medos. Como disse Nelson Motta: “Quero a paz, em movimento”.

Aonde ir? onde escolhermos, sem medo, crendo no bom senso da humanidade e na calma climática...


P.S.: E em nossa coragem e otimismo.



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