Marisa Martins
Brasil de contrastes
São fortes os que vivem no norte. É o Brasil tropical-equatorial, de umidade e calor constantes.
Marisa Martins - aloha.marisah@gmail.com
Que horas são no Brasil? Esta pergunta é feita mais de uma vez, em Manaus, por quem é do sul.
Apesar de apenas quatro horas de voo desde São Paulo até a capital do Amazonas, esta parece fora do Brasil. Sensação não é efeito pela hora a menos em relação ao horário oficial.
Clima, cultura, geografia, etnia, fauna e flora, gastronomia dão nítida impressão de viagem a outro país. Viver entre águas e florestas mexe com paradigmas de diferenças regionais.
Verdadeiro Brasil tropical-equatorial de contrastes, antigo e novo, rico e pobre, gentil e agressivo, expõe-se grandioso.
São fortes os que lá vivem, enfrentando umidade e calor constantes. Arriscam-se no encontro das águas dos rios Negro e Solimões, formando o Amazonas. Navegam em embarcações, as “gaiolas”, sempre apinhadas, por dias e noites.
Não receiam mosquitos, ataques de cobras ou jacarés, nem naufragar em canoas.
Suportam quentura pesada, que não alivia mesmo com chuva diária. Amazonenses toleram-na sorridentes.
É quase outro Brasil? É. Altaneiro, como feições do povo. Terno e manso, tal igarapés. Primitivo, nas danças do Festival de Parintins, com disputa entre bois Caprichoso e Destemido, do folclore de Boi Bumbá.
Surpreendente, como as vitórias-régias. Obra de arte, pelos mutáveis cenários. Imensidão das águas, florestas. Beleza de luares, nascer e pôr do sol.
Ao mesmo tempo, Brasil de modernidade. Hotéis de arquitetura arrojada, zonas industriais, comércio variado, restaurantes e bares. Cultura refinada, rica em espetáculos teatrais, concertos e óperas no monumental Teatro Amazonas.
Vale visitar a Amazônia. Em poucos dias acostuma-se com o clima. Há programas para os menos audaciosos, sem caminhar na mata densa, ou iluminar olhos de jacarés, à noite, com focos de luz. Passeios pelos rios e igarapés podem ser feitos de dia, em segurança.
Belezas inimagináveis desse Brasil nortista superam quaisquer receios.
E nos dão vontade enorme de lá voltar...
PS – Respeitar a natureza e gostar dela são exigências para quem vai à Amazônia...
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