Ique de la Rocha
Lindenmeyer fala sobre o futuro de RG
Ele destaca estaleiros e Bacia de Pelotas como alavancas para o desenvolvimento..
Ique de la Rocha
O deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT) mostra-se otimista com o futuro do município e cita um conjunto de investimentos que poderá alavancar o desenvolvimento em toda a região.
Lindenmeyer é o presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira, formada na Câmara dos Deputados, e luta pela reativação do Polo Naval, consequentemente, pela continuidade das operações dos estaleiros no Rio Grande e São José do Norte.
“O Polo Naval vai retornar”, afirmou. A Frente Parlamentar visitou cada um dos estaleiros brasileiros, incluindo o ERG e o EBR, e constatou as boas condições de todos para a retomada da indústria naval. Sobre os estaleiros gaúchos, adiantou: “O Estaleiro Rio Grande está pronto para operar. O EBR também. Acredito que em curto espaço de tempo vamos ter novidades em projetos para Rio Grande e São José do Norte, não apenas de construção de módulos, como também há possibilidade de atuarem na reciclagem de embarcações”. Cabe salientar que em novembro a Ecovix, consorciada com o Estaleiro Mac Laren, de Niterói (RJ), venceu licitação para construção de quatro embarcações para a Transpetro, cuja atividade iniciará no início de 2025.
Com a presidente da Petrobras e no MDIC
O político petista informou que tratou dos estaleiros locais com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard. Manifestou preocupação com a desmobilização do EBR devido a ausência de novos contratos, e contou que “ela está olhando para cá, ciente da importância do setor para nós. A construção de cada módulo emprega cerca de 500 trabalhadores e essa atividade vai retornar com força”.
Também revelou que desde novembro vem mantendo tratativas com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), que irá incluir os projetos da Frente Parlamentar em Defesa da Indústria Naval Brasileira no plano estratégico Nova Indústria Brasil, do Governo Federal, para impulsionar o setor industrial do país até 2033.
Embarcações para a Petrobras e para hidrovias
Sobre a retomada da indústria naval brasileira, a Frente Parlamentar obteve, entre outras conquistas, a obrigatoriedade do conteúdo local em 40% com penalidade para o não cumprimento da medida, bem como a obrigatoriedade de docagem em estaleiros nacionais para navios financiados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) e BNDES. O cenário atual prevê, para a Petrobras, projetos para construção de 12 PSV (embarcações de apoio marítimo), oito RSV (pequena embarcação especializada em operações no fundo do mar), dois AHTS (rebocadores de plataformas de petróleo), 10 OSRV (embarcações que atuam no apoio às operações de contenção de derramamento de óleo) e mais os quatro navios graneleiros da classe Handy para a Transpetro.
“A exigência de conteúdo local em 40% sinaliza que a construção dessas embarcações provavelmente se dará dentro do Brasil. Fora disso, a Petrobras colocou exigência de 20% em duas plataformas, cessão não onerosa, que não tinham previsão de conteúdo local. Este cenário significa muita construção de módulos e a possibilidade de outras encomendas”, salienta Lindenmeyer, que acrescenta: “A política nacional volta não só com a reciclagem e manutenção de embarcações, mas com a construção de novos projetos”.
O deputado petista vai mais além: “Além da indústria naval, existe a utilização da hidrovia, que exige a construção de chatas e embarcações para transporte de grãos e combustível. Tem hoje uma fila de espera de navios, e foram liberados R$ 3,2 bilhões pelo BNDES para a construção de mais de 400 barcaças e em torno de 20 empurradores. Hoje 50% da produção de grãos no Brasil está chegando aos portos pelas hidrovias”.
Bacia de Pelotas e outros pleitos em Brasília
A Petrobras poderá ser muito importante para a retomada do desenvolvimento do Rio Grande e São José do Norte, não apenas no que diz respeito à indústria naval. A Bacia de Pelotas é outro setor que vai desenvolver fortemente a região. A Shell e a Petrobras venceram a licitação para a prospecção dos blocos e nosso Litoral Sul receberá toda a logística que será montada.
Já se antecipando a essa atividade, o deputado Alexandre Lindenmeyer convidou a prefeita eleita do Rio Grande, Darlene Pereira (PT) a acompanhá-lo em Brasília, na visita que agendou com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha e outros ministérios, em novembro último. Eles solicitaram a reabertura do aeroporto local que, no entendimento do parlamentar, poderá ser um aeroporto de salvamento de costa, com a participação da Marinha do Brasil, como também aeroporto de carga, de passageiros e de apoio na logística para a prospecção na Bacia de Pelotas.
Lindenmeyer e Darlene reivindicaram, ainda, a duplicação do lote 4 da BR-392, reabertura da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) e a necessidade de um projeto para proteção às cheias no município.
Investimentos na Refinaria Riograndense
O representante rio-grandino na Capital Federal também destacou os investimentos que estão sendo feitos na Refinaria Riograndense. O projeto da biorrefinaria, que produzirá biocombustível vegetal principalmente para a aviação, irá exigir um investimento de US$ 1 bilhão. “A obra proporcionará 1.500 postos de trabalho durante os três anos de sua duração. A nova atividade da refinaria vai demandar 10 milhões de toneladas de grãos de soja, enquanto a produção do RS é em torno de 20 a 23 milhões de toneladas de grãos de soja”, observa Lindenmeyer.
O deputado ainda mantém contatos em Brasília para a licitação da construção da ponte entre Rio Grande e São José do Norte e defende a construção da ferrovia Sul-Norte até o porto local, entre outros pleitos.
Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com
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