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Rio Grande,30/01/2025

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Marisa Martins

Mudou o Natal. Não mudei Eu

Ajoelhei-me diante do presépio, antes do Natal, rezando pela vinda do presente. Não o ganhei...


Mudou o Natal. Não mudei Eu

MUDOU O NATAL. NÃO MUDEI EU

Marisa Martins

aloha.marisah@gmail.com


Ajoelhei-me diante do presépio, antes do Natal, rezando pela vinda do presente. Não o ganhei...


Li, nesta semana, sobre emoções no período natalino.  Recordações, alegrias, tristezas afloram. Infância. Família. Árvores de Natal. Presépios. 


Choque com realidade. Passagem do tempo transforma   menino de olhos arregalados diante do Papai Noel, em adulto sem fantasias.  Constatação questionadora e dolorosa de Machado de Assis: “Mudou o Natal, ou mudei eu?”


Tento esquecer Machado. Inconsciente renova lembranças boas, de alguns bons Natais. Mecanismo de defesa para afastar melancolias.


Imagino abrir baú no sótão da memória. Extraio, um a um, momentos que compuseram Natais nessa época.


La atrás, Papai Noel vinha de lugar gelado, longínquo, em carruagem alada. Renas inexistiam. Chegava na noite do dia 24.  Sentadinha diante de janela, olhava o céu, até sono superar desejo de ver a carruagem. 


Dia seguinte ela partira. Presentes ficavam. Também na casa dos avós e padrinhos.


Tempo anda. Pelos seis anos, sabia que Papai Noel atendia a cartinhas. A primeira escrita, pedia uma bicicleta. Ajoelhei-me diante do presépio, rezando pela vinda do presente. Não o ganhei.


Por certo meu pai também escreveu para ele. Era feio menina andar de bicicleta. Trocou-a por boneca de porcelana. Nunca brinquei com ela.


Único Natal em família reuniu avós, tios, primos. Noel surgiu tocando acordeão. Presentes foram entregues por tio trovador, cantando versos aos presenteados. Momento inesquecível. Talvez por ser único. 


A mais querida lembrança de Natais, porém, é de muito tempo depois. Daquele de Mamãe Noel. Transformei-me, para que se mantivessem  sonho e fantasia na infância de meus filhos.


Seis olhos perplexos, num 24 de dezembro de luar, prateando o mar, viram entrar pela janela da sala, a tão aguardada figura. O pequenino, com cinco anos, aconchegado entre irmãos, apontou   dedinho, exclamando, corajoso e feliz, primeiro baixinho, depois alto: -É a Mamãe Noel, é a Mamãe Noel! Tem unhas pintadas iguais às da mamãe.

Aqueles Natais, sim, mudaram. Não mudei eu...


P.S.: Abram o baú do  sótão, e não mudem. Feliz Natal!


 



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