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Rio Grande,22/12/2024

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Ique de la Rocha

O ato público que não aconteceu

Presidente do STIMMMERG fez esclarecimentos em live.


O ato público que não aconteceu

Ique de la Rocha


O ato público que não aconteceu

Presidente do STIMMMERG fez esclarecimentos em live.


O ato público que o Sindicato dos Metalúrgicos realizaria sexta-feira, no Largo Dr. Pio, foi cancelado. Acontece que no início da manhã fatos novos surgiram dando conta que o contrato para a construção de quatro embarcações para a Transpetro pelo consórcio Ecovix/Estaleiro Mac Laren poderia ser assinado a qualquer momento. Devido a isso, a diretoria do sindicato preferiu suspender a mobilização, pois “algumas informações que seriam prestadas poderiam ficar desatualizadas ou não terem mais relevância”. Segundo o STIMMMERG, a confirmação do contrato ainda pode acontecer nos próximos dias.

O presidente Benito Gonçalves realizou uma live aos trabalhadores, quando lamentou que algumas pessoas estavam disseminando acusações falsas, de que a diretoria do sindicato estaria omissa e aceitando redução de salários e de vantagens trabalhistas para a realização desse projeto.  Essas pessoas também estariam incitando os trabalhadores a fazerem paralisação na Ecovix.

Ele esclareceu que o STIMMMERG está diariamente em contato com os envolvidos no contrato. Salientou que a Ecovix Oceânica não tem a ver com a construção desses quatro cascos. “O dono da Ecovix está criando uma nova empresa para participar desse consórcio, que nem CNPJ possui ainda. Ele tem várias empresas e está constituindo mais uma. Já a Ecovix Oceânica neste momento está disputando grandes projetos e a qualquer momento ela pode ganhar a construção de módulos e grandes encomendas, mas não tem nada a ver com o consórcio. E como vamos ir para a porta da Ecovix, se quem está ganhando o contrato é um consórcio que não existe ainda e só vai se instalar no primeiro semestre de 2025? A Ecovix Oceânica não tem nada a ver com esse contrato, é uma outra empresa”.

Benito destaca que “não existe rebaixamento de salário na Ecovix. O que existe é uma nova empresa que está se instalando e quando nasce do zero tem de respeitar o salário base da categoria. Pelo que sabemos, o valor do contrato para a construção dos quatro navios era de 75 milhões de dólares por embarcação, mas a Transpetro pediu desconto de 12% nos valores. No total, o desconto passava de R$ 200 milhões e, para evitar que esse montante fosse tirado do trabalhador, pedimos para acompanhar a negociação . Durante cinco dias e cinco noites tivemos de devorar dezenas de folhas de contrato. O papel do STIMMMERG foi discutir algumas cláusulas e garantimos a manutenção de direitos, como o café da manhã e o ticket refeição. Também disseram que não haveria plano de saúde. Jamais permitiríamos isso, só que não temos como discutir com uma empresa que ainda não existe, pois não possui CNPJ. Várias coisas foram discutidas no sentido de manter cláusulas sociais”.


Trabalho em benefício dos trabalhadores

O líder sindical também falou que “este contrato da Transpetro tem de ser definido com a maior brevidade possível, senão ele vai para outro estado. Íamos para o Largo Dr. Pio para falar sobre isso, mas parece que o anúncio de nosso ato acelerou as coisas lá em cima e estou indignado porque tem gente que foi para a porta de fábrica dizer que não podemos aceitar que venham para Rio Grande pagando salários mais baixos. Então a cidade não vai permitir mais um empreendimento? Primeiro eles tem que se instalar aqui, com CNPJ e contratando pessoas. Depois que se instalarem, e caso não estejam correspondendo às expectativas dos trabalhadores, a gente vai lutar por nossos direitos. Nosso Vale Refeição começou com R$ 36 e conseguimos chegar a R$ 460. O STIMMMERG trabalha na expectativa da empregabilidade, por justiça social”. 

O sindicalista acrescentou: 

- Temos documento prevendo que no próximo grande contrato da Ecovix os salários serão revistos, mas este consórcio não é da Ecovix, é do dono da Ecovix. Não dá para comparar com os salários do EBR, em São José do Norte, que está vendendo os guindastes, a cozinha e demitindo todos. A gente não sabe se vai ter continuidade. Não podemos colocar pedra nesse projeto. Antes dele iniciar, a Refinaria Riograndense irá realizar uma obra para 1.500 trabalhadores e, com isso, vai começar a disputa de salário: quem paga mais, leva. 

No final, Benito Gonçalves deixou um recado para os trabalhadores: “Vamos estar na porta das empresas sempre que o trabalhador precisar. Sabemos a importância de um emprego, ainda mais quando se trata de 1.500 vagas de trabalho. Vamos continuar trabalhando com seriedade e muita vontade para que os trabalhadores sempre sejam os principais beneficiados”.  


Contato com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com



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