Ique de la Rocha
Centro cada vez mais vazio
Predominam placas de “Aluga-se” ou “vende-se” e prédios em ruínas.
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Esta coluna já deveria ter sido publicada, mas fui adiando por dar preferência a outros assuntos. De qualquer forma, o tema está bem atual e aborda uma questão que interessa a todos nós, rio-grandinos, que amamos esta terra e fazemos uma crítica com espírito construtivo, na esperança de que nossos anseios sejam atendidos e nossa cidade se desenvolva.
Comento muito a situação de abandono do centro da cidade e estou entre aqueles que evita transitar por ali, após o fechamento do comércio, a não ser de forma excepcional, por temer ser assaltado e também porque, hoje à noite, não há praticamente nada que justifique andar naquela área. Mas no dia 8 de dezembro acompanhei parte da procissão em homenagem à Oxum, que ocorreu desde a casa de religião do Pai Pedro, no bairro Navegantes, até o Mercado Municipal. Estava muito bonita e pude constatar que nossa zona central encontra-se mais abandonada do que imaginava.
Muitos imóveis fechados
Em outros tempos um acontecimento como esse, com grande acompanhamento, as belas vestimentas na cor dourada e os belos cânticos entoados, além das imagens de Oxum e Nossa Senhora da Conceição, atrairiam para as calçadas os moradores existentes no trajeto. Isso de fato aconteceu, mas não na intensidade do que teria se verificado no passado. O motivo não foi a falta de fiéis, mas o estado de abandono em que se encontra o centro da cidade.
Várias pessoas assistiram à procissão e saudaram Oxum ao passar em frente às suas casas, mas chamou atenção o grande número de residências que estão vazias ou se transformaram em estabelecimentos comerciais. Em vários edifícios das ruas Benjamin Constant e Marechal Floriano se avistou que a maioria dos apartamentos estavam às escuras, fechados, sem sinal de ocupação.
A impressão é que essa situação cada vez se agrava mais. Definitivamente muitos abandonaram a área central e foram residir em outras regiões, provavelmente no Cassino.
Um desafio para a prefeita eleita
Caberá à prefeita eleita Darlene Pereira a tomada de decisões para a revitalização do centro do Rio Grande. Não dá mais para esperar, porque o problema só vem se agravando. Há muito tempo era para o Município ter deixado a omissão de lado. O que aconteceu nesses últimos anos, ou décadas, foi um verdadeiro êxodo de parte dos moradores dessa região outrora privilegiada.
O centro do Rio Grande está repleto de placas de “Aluga-se” ou “Vende-se” e muitos prédios em ruínas. Ainda tem as calçadas da cidade, que estão detonadas, também por omissão da administração municipal. Ao que parece, não tem fiscalização, muito menos penalidades e a “terra de ninguém” ou “Cidade do Já Teve”, vai vivendo do passado enquanto o seu futuro fica ainda mais comprometido.
Um grande desafio aguarda a prefeita eleita. Certamente uma das medidas para tentar modificar esse triste e decadente cenário poderá ser a revitalização do Plano Diretor, a criação de incentivos para a construção civil e novos empreendimentos imobiliários.
Contatos com a coluna pelo email: iquedelarocha@gmail.com
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