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Ique de la Rocha

Rio-grandinos contra Rio Grande

O anúncio da retomada da Ecovix de fato entusiasmou os rio-grandinos mas, surpreendentemente, existe gente que já está mandando contra, seja por ideologia ou por uma questão mesmo de mentalidade. E isso que a construção dos navios nem começou.

Ique de la Rocha

 

Rio-grandinos contra Rio Grande

É torcida contra o Polo Naval, o novo governo e contra a cidade.

 

Rio Grande se transformou numa terra única. Ao contrário do bairrismo que já teve por aqui e se constata em qualquer outra cidade, parte da população demonstra um comportamento surpreendente e extremamente negativo, que talvez explique porque nossa cidade hoje tem um aspecto de abandono, com lojas fechadas, casas em ruínas e que perdeu muitas das qualidades que já teve um dia. Uma grande verdade é que uma cidade é o reflexo da mentalidade de seu povo. 

Quando surgiu o Polo Naval, o entusiasmo de parte dos rio-grandinos contrastava com a negatividade de outra parcela da nossa gente, que desde o início “azarou” a nossa indústria naval. Mesmo com os estaleiros funcionando a pleno, muitos ainda indagavam: será mesmo que vai dar certo? Tanto torceram contra que nossos estaleiros foram os primeiros a paralisar suas atividades no país, enquanto em outros locais essa indústria prosseguiu por um bom tempo, até por anos.

 

Uma historinha

Ainda lembro de comerciantes que reclamavam, porque os estaleiros estavam tirando seus melhores funcionários. Quando me falavam isso, eu pensava: se queriam manter os bons trabalhadores, por que não pagaram melhor? E logo me vinha à cabeça o que ouvi de algumas pessoas com credibilidade: que alguns empresários não tinham interesse no crescimento da cidade, porque temiam que viessem concorrentes para os negócios deles. Sempre duvidei dessa possibilidade, mas uma antiga liderança me contou que, no início do Polo Naval, ele comentou com um empresário, entusiasmado: Parece que finalmente chegou nossa hora e Rio Grande vai crescer! A resposta foi seca: tu achas?

 

Ideologia ou mentalidade?     

Pois, depois do incremento que a indústria naval proporcionou, com a construção de dois shoppings, hotéis e vários empreendimentos imobiliários, bem como a movimentação na economia da cidade e o pleno emprego, Rio Grande ficou quase uma década sem os estaleiros em atividade. Os empregos minguaram, os empreendimentos idem e a cidade ficou estagnada até a presente data. Até a população reduziu, conforme o censo do IBGE. Imaginava que isso seria o suficiente para criar uma maior consciência da importância da indústria naval para nossa terra que, aliás, é a nossa vocação.

O anúncio da retomada da Ecovix de fato entusiasmou os rio-grandinos mas, surpreendentemente, existe gente que já está mandando contra, seja por ideologia ou por uma questão mesmo de mentalidade. E isso que a construção dos navios nem começou.

Sabe-se que a indústria naval não será mais o oba-oba de antes, mas a geração de 1.500 empregos diretos, a vinda de inúmeras empresas terceirizadas e o incremento que essas construções proporcionarão na arrecadação do município, são extremamente significativas, sendo que depois do início das atividades há possibilidade da conquista de novas encomendas por parte do estaleiro local.

Se o Polo Naval terá vida longa, não se sabe, mas dinheiro chama dinheiro. Caberá aos rio-grandinos, especialmente às nossas lideranças, saberem aproveitar este momento e se mexerem para melhorar a infraestrutura da cidade e buscarem novos empreendimentos. Quem sabe até, com o incremento na receita, a Prefeitura poderia implantar programas de financiamento a pequenos empreendedores, fomentando novos negócios na cidade. E incentivar o turismo, que movimenta restaurantes, hotéis e o comércio em geral. 

 

Outra historinha

Quando o Polo Naval estava para surgir, houve um seminário sobre desenvolvimento no Cidec da Furg e um dos palestrantes foi o representante do Partage Shopping, que se encontrava em construção. Diante de tanta desconfiança demonstrada pelos presentes sobre o Polo Naval, com inúmeras indagações na base do “será que vai dar certo?”, o palestrante fez a seguinte observação: “Vocês se deram conta do que está acontecendo aqui? Eu vim com o interesse de vocês me convencerem que Rio Grande vai dar certo e está acontecendo justamente o contrário. Eu, que sou de fora, é que estou tendo de convencer vocês”.  

 

Oposição 

Outro fator negativo está sendo o comportamento de alguns vereadores que chegaram a criar uma espécie de frente parlamentar para fiscalizar os atos do novo governo municipal. Primeiro que para fiscalizar o Executivo não é necessário criar frente alguma. Já é o papel do vereador fazer isso e para isso foram eleitos. Ou será que já estão pretendendo fazer uma oposição raivosa à Prefeita, simplesmente porque o candidato deles ao Executivo foi derrotado? Vamos ver se será uma oposição coerente ou da crítica pela crítica. 

Já teve vereador tentando criticar a prefeita com relação à Festa de Iemanjá, sendo que ela está há apenas um mês no cargo. Alguns vereadores, que foram situação no governo passado, passaram quatro anos calados e em menos de 30 dias já querem fazer cobranças?

A crítica é necessária, este é o papel dos atuais perdedores, hoje na oposição, mas esperamos que não seja uma oposição contra Rio Grande.    

 

Contatos com a coluna pelo email:iquedelarocha@gmail.com



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