Samuel Ferreira

Nem Android, Nem IOS: liberem o Sistema Cognitivo nas Escolas
É notório e comprovado a influência negativa das telas para a nossa sociedade, em especial para as nossas crianças e seu desenvolvimento.
Por vezes sou levado a acreditar , que se alguma espécie alienígena aterrizasse no Planeta Terra na atualidade, chegaria a conclusão de que seríamos uma outra espécie controlada pelos nossos celulares, tendo em vista a forma desenfreada e descontrolada que utilizamos as tecnologias digitais móveis e as ditas "redes sociais".
É notório e comprovado a influência negativa das telas para a nossa sociedade, em especial para as nossas crianças e seu desenvolvimento, por isso, as restrições e proibições dos celulares nas escolas , que estão em pauta e em efervescência, vão muito mais além do que simples ações de controle.
As restrições escolares aos celulares e o uso em demasia da internet, estão conectadas ao uso passivo e excessivo de aparelhos digitais e outras tecnologias que propõem e levam a uma utilização desenfreada, de rolagem infinita de tela, de possíveis manipulações mercadológicas sem filtragem correta e que poderão acarretar em problemas diversos , principalmente no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Ao falarmos em saúde mental relacionada a esta temática do uso excessivo dos celulares e da internet nos espaços educacionais, sabemos que o uso desenfreado poderá levar dificuldades de autocontrole, o aumento da ansiedade, problemas relacionados a socialização e outras questões limitadoras ao pensamento criativo e da aprendizagem.
Logicamente sabemos que as agendas e metodologias que promovem uma educação digital crítica , deverá ser mantida e fortalecida, principalmente na criação de formas de estarmos mais conscientes e educados em relação ao uso de mídias digitais.
A escola é e deve continuar sendo um espaço privilegiado para com os estímulos positivos em direção da socialização , da aprendizagem, do desenvolvimento crítico e criativo.
Para isso, serão necessárias discussões , ações e práticas estratégicas para repensarmos e formularmos uma utilização e envolvimento tecnológico de forma benéfica.
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), de 2022, avaliou estudantes que utilizaram internet durante 4 horas ou mais. Os mesmos tiveram dificuldades intelectuais e pontuações acadêmicas menores do que aqueles que utilizaram até 1 horas de internet.
Desta forma, foi levantado o debate da possibilidade que o uso excessivo de internet produz muito mais distrações e estresse em diferentes níveis que impedem o desenvolvimento de crianças e adolescentes em sua vida escolar.
Em que pese, as escolas farão esse movimento de forma importante e responsável, portanto , farão somente uma parte deste debate na sociedade.
Ao meu ver , o mesmo debate e estratégia será incipiente se as empresas e outra entidades não realizarem da mesma forma , opções e praticas positivas em prol da saúde mental e do aprendizado dos estudantes em nossa sociedade.
Em outras palavras, deverá ser repensado não somente as diretrizes educacionais para os meios digitais, mas a alçada e as diretrizes digitais no favorecimento do ensino e da aprendizagem , com o escopo de construir uma melhor cidadania , para que os meios digitais não produzam atrofias mentais e sociais, mas caminhem ao lado da evolução das crianças , adolescentes e jovens.
Desejo com todas as minhas forças que futuramente, caso espécies alienígenas venham nos visitar, encontrem-nos não olhando para o celular de forma hipnotizada , mas que estejamos realmente vivendo e não presos em nossas milhares de telinhas.
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