Minhas crônicas surgem da audição, da visão ou de um bate-papo, situações do meu dia a dia, que acontecem no meu entorno.
Desta feita não foi diferente. Despretensiosamente, discorria-se, entre os amigos da roda, sobre preço e valor, baseando-nos, na alta da inflação, valor do salário mínimo...por aí.
Conceitos, opiniões não faltavam, haja visto o teor do assunto, ou seja, de grande interesse comum, até a conversa pairar à concepções concebidas e filosóficas.
A discussão ficou acirrada, "caliente", acompanhando o calor que se registrava, ainda que à beira mar, nas águas refrescantes do meu Cassino.
Quanto ao ponto de vista em relação a preço, ainda que mensurável, perpassa pela realidade econômica de cada um; caro, muito caro, barato, justo, o mesmo ocorrendo ao arbítrio, relacionado a valor, sendo este pessoal, particular; o que eu valoro, não obrigatoriamente tem para o outro, o mesmo valor.
As pessoas têm seus valores definidos, a partir do que agregam ao longo de suas vidas, dependendo da educação, dos tipos de relações sociais vivenciadas, ainda que muitas vezes, se confunda, acumulando coisas que custam muito, mais não necessariamente tem muito valor.
As vozes se cruzavam e o tom ia aumentado, no desejo da exposição "do que eu penso", quando alguém lançou o questionamento:
- E a felicidade? Tem preço?
Outro alguém rapidamente interpela:
- A felicidade não tem preço. Ela acontece espontaneamente, no momento em que você dá lugar a alegria e confia na vida.
Reflexiva, voltei para casa; tem preço, não tem preço, tem preço, não tem preço e fiquei a pensar sobre a minha Rio Grande, às vésperas de aniversariar.
Esta bela noiva, a Noiva do Mar, tem preço ou tem valor?
A resposta em minha mente, veio de imediato; pois ela tem preço e tem valor. Como assim?
Paga-se, o preço, da dor pelas lutas enfrentadas, até aquele 19 de fevereiro de 1737, até aos dias de hoje. E que preço! Preço oriundo do valor dado com garra, com coragem, bravura, por parte de tantos que "apanharam", "apanham", se levantam, tornam a "apanhar", mas partem repletos de esperança para um novo porvir, baseado no preço que custou e no valor que temos, de sermos o povo da Terra de Silva Paes.
Ari Barroso, não só pinta, como enaltece em forma de poesia, o nosso querido Brasil! "Vou cantar-te nos meus versos".
Eu não sei fazer versos, mas sei dignificar o que tem valor e preço, através da tua Aquarela, Ari e assim o faço, apreciando e copiando.
"O Brasil do meu amor, terra de Nosso Senhor", que nos deu São Pedro, querido compositor.
"Abra a cortina do passado". Abro sim, não deixando de vislumbrar os bastidores da minha memória, valorizando nossos antepassados.
"Oi, essas fontes murmurantes, onde eu mato a minha sede".
Minha Rio Grande, mata a sede com águas oriundas de rios, riachos e do gigante Atlântico.
Aqui, ilustre poeta, não há ninguém acabrunhado, até a lua não tem nada de "merencória". Brilha que só!
Quanto a feitos, pioneirismo, seria necessário outra crônica, dada as volumosas conquistas.
Hoje canto pois, na arte do reconhecimento, tornando o ordinário de um PARABÉNS NESTA DATA QUERIDA, na extraordinária gratidão, ao povo português que deu origem a nossa gente e consequentemente aos meus, avós, pais, família, amigos, professores e assim, a Sônia se constituiu.
A felicidade portanto, tem preço e valor sim, pois carrega a honra de sermos rio-grandinos e contida de desejo de celebrar data tão significativa, "vou cantar-te nos meus versos".
Sônia Azevedo
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