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Sensibilizadas pelas chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul no mês de maio, duas universidades da região se organizaram para fazer chegar mais roupas aos desabrigados. Elas criaram linhas de produção – com trabalhadores e alunos voluntários – para descaracterizar roupas e calçados apreendidos que continham identificação de marca comercial.

O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFSul) campus Pelotas organizou-se desde os primeiros dias de chuvas intensas e, no dia 06 de maio, entregou o primeiro lote de mercadorias descaracterizadas. No total, foram mais de 3.700 kg de roupas e 100 kg de pares de calçados doados para os municípios de Guaíba e Santa Maria.

A segunda iniciativa, foi do curso de modas da Universidade Franciscana de Santa Maria (RS). A ideia inicial dos alunos foi de reunir estudantes de moda para costurar peças novas de roupas. A movimentação dos alunos nas redes sociais para obter doações de tecidos chegou ao conhecimento da Receita Federal que entrou em contato com a instituição para propor a parceria.

A iniciativa deu tão certo que a coordenação do curso estuda a possibilidade de inserir a disciplina de customização/descaracterização de peças no currículo acadêmico. A parceira vai permanecer para novos lotes de roupas e calçados, conforme estoques de apreensões da Receita Federal de Santa Maria. Nesta etapa, foram finalizadas 1026 peças de vestuário.

No Projeto "Receita Cidadã", a Receita Federal utiliza o processo de destinação de mercadorias apreendidas para contribuir com a gestão ambiental, ecoeficiência e responsabilidade social com ações benéficas para toda a sociedade. Peças de vestuário, cintos, sapatos e bonés são descaracterizados a partir da retirada de etiquetas e logomarcas em evidência. Assim, o material pode ser doado para a população em situação de vulnerabilidade econômica. Os retalhos dos tecidos são reaproveitáveis na confecção de tapetes, tendo sido utilizados, também, na confecção de máscaras de proteção à COVID-19, na pandemia.