Moradores da Ilha dos Marinheiros protestam por reestruturação da ponte de acesso
Pedidos de recursos federais foram entregues com atraso. Defesa Civil Nacional terá que avaliar justificativa protocolada para então definir sobre os pedidos e os recursos.
Na tarde desta quinta-feira, 08, cerca de 70 moradores da Ilha dos Marinheiros e apoiadores se reuniram em frente ao Paço Municipal para exigir respostas sobre a reestruturação da ponte Wilson Mattos Branco, que liga a cidade à Ilha dos Marinheiros. A ponte foi severamente danificada pelas enchentes que atingiram a região em maio e, desde então, o acesso de veículos foi interditado. Para o Governo Federal, o município ingressou com o pedido fora do prazo e, agora, a Defesa Civil Nacional terá que avaliar a justificativa apresentada.
Com a interdição da ponte, o Exército Brasileiro instalou um serviço de balsa como solução temporária. No entanto, os moradores afirmam que os horários de operação da balsa são insuficientes e prejudicam suas rotinas, dificultando o acesso ao trabalho, a educação e aos serviços de saúde. "Nós da Ilha pedimos socorro, para que o conserto da ponte seja o mais breve possível. Até hoje só tivemos promessas, não estamos sendo assistidos por ninguém", desabafou Marisa Helena dos Santos, moradora da Ilha dos Marinheiros e uma das organizadoras do protesto.
Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, 07, o prefeito Fábio Branco informou que a prefeitura solicitou ao governo federal uma série de recursos financeiros para a reconstrução do município, incluindo R$ 6.830.849,14 especificamente para a recuperação da ponte Wilson Mattos Branco. Sobre esse pedido, no dia 31 de julho, em carta ao Governo Federal, assinada pelo secretário executivo da Defesa Civil local, Denis Antiqueira, o município pede “com o maior respeito justificar o atraso na inserção de dados no sistema S2ID, tendo em vista que o evento climático que atingiu nosso município foi gradativo, tendo a situação permanecido em situação de enchente até dia 10 de junho, o nível da lagoa se manteve alto até metade do mês de junho, não sendo possível fazer as medições e avaliações necessárias para o projeto em tempo hábil. Sendo assim pedimos que seja aprovado a inserção dos dados nos sistema S2ID”. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Reconstrução, Maneco Hassen, em conversa com O Litorâneo, não há um prazo definido para análise dessa justificativa e a possível apreciação do projeto, já que teria que ser concedida uma excepcionalidade.
O serviço de balsa funciona de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h, e nos fins de semana, das 7h30 às 11h e das 13h às 16h. Segundo Marisa, esses horários não atendem às necessidades da comunidade, que sofre com a falta de assistência e com a dificuldade de se deslocar para suas atividades diárias. “Não temos como ir trabalhar, os horários [da balsa] não nos permitem chegar e sair a tempo”, afirma.
Posição da Prefeitura
Segundo a Prefeitura, o município foi incluído no decreto de emergência estadual, emitido em 1º de maio, embora as enchentes que afetaram a região tenham ocorrido em 16 de maio. A altura da água nos dias subsequentes ao fato da ponte impediu a realização imediata das inspeções estruturais, que exigiam condições estáveis para avaliação completa, incluindo a necessidade de mergulhadores para verificar a base da ponte. Após a conclusão das análises, um projeto de engenharia foi elaborado e cadastrado no sistema estadual em 31 de julho, um dia após o prazo estipulado pelo decreto estadual.
A administração municipal já solicitou a correção desse prazo, destacando que o prazo real para o envio do projeto é diferente, considerando os eventos específicos da cidade. A situação está sendo regularizada, e o projeto aguarda análise do plano de trabalho.
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