Na última terça-feira, 10, moradores de diversas cidades da região sul, como Pelotas, São José do Norte, Arroio Grande e São Lourenço do Sul, registraram um fenômeno incomum: a "chuva preta". O fenômeno também foi observado no norte do Uruguai.

De acordo com o Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o evento foi causado pela fuligem das queimadas que se misturou com a chuva, dando à água uma coloração escura.

Uma moradora de São José do Norte registrou o ocorrido e publicou nas suas redes sociais. Em relato, a autora do vídeo comenta: "Não é sujeira do telhado ou calha. Este local sempre usamos para coletar água da chuva e usar posteriormente até para lavar roupa de tão ‘limpinha’ que é a água. Hoje presenciamos o fenômeno que vem sendo explicado na mídia".

A frente fria que atualmente está sobre o sul do Brasil redirecionou os chamados jatos de baixos níveis – correntes de ar entre 1 e 2 km de altitude que, em condições normais, transportam umidade da Amazônia para o centro-sul da América do Sul. No entanto, desta vez, ao invés de umidade, essas correntes estão carregando fumaça e fuligem provenientes dos grandes incêndios na Amazônia, Pantanal e cerrado.

Com a frente fria se espalhando ainda mais pela região sul, o risco de novos episódios de chuva preta persiste para esta quarta-feira, 11, atingindo não apenas o Rio Grande do Sul, mas também Santa Catarina e Paraná.