Documentário “Sobreviventes do Pampa” será exibido exclusivamente na FURG-SLS em novembro
Obra lançada em 2023 e premiada no 51º Festival de Cinema de Gramado será exibida gratuitamente para a comunidade interna e externa da Universidade
No dia 7 de novembro, às 19h30, o documentário ‘Sobreviventes do Pampa’ será exibido na sala 1202 do prédio 1 (Avenida Marechal Floriano Peixoto, 2236) do Campus São Lourenço do Sul da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). A entrada é franca e aberta à comunidade interna e externa da Universidade.
A atividade foi proposta pela docente Patrícia Lovatto, em colaboração com os cursos de Licenciatura em Educação do Campos (Ledoc) e Agroecologia.
O documentário, lançado em 2023, dirigido por Rogério Rodrigues e produzido pela Atama Filmes e SEDAC-RS, retrata a situação do bioma Pampa, que está sendo destruído silenciosamente. Em 2023, a produção foi premiada no 51º Festival de Cinema de Gramado.
“Ao todo, 13 municípios gaúchos fazem parte da documentação, acompanhando diferentes comunidades que têm o Pampa como lar. A obra apresenta a rica biodiversidade do bioma, ao mesmo tempo em que expõe e denuncia sua acelerada degradação. As respostas para salvá-lo podem estar nas vozes historicamente silenciadas dos povos e comunidades remanescentes que habitam há séculos este território”, destacou Rodrigues.
Após a exibição, representantes dos Povos e Comunidades Tradicionais do Pampa que participaram do documentário, como o Mestre Pretto, representante a FLD/CAPA e Yalorixá Zuleika D'Oxalá, dirigente espiritual do Centro Africano Oxalá Dakun e Ogum Beira-mar de São Lourenço do Sul, vão participar de uma conversa com os participantes, que será mediada pela docente Patrícia Lovatto.
Conexão com a Universidade
Desde sua divulgação em trailer (assista aqui) e na premiação de Gramado, o documentário é utilizado como base nas discussões das disciplinas do curso de Licenciatura em Educação do Campo, que inclui os povos e comunidades tradicionais do Pampa.
“Trabalhamos uma aprendizagem significativa que dialoga com o contexto local, onde o conhecimento dos povos e comunidades tradicionais é a base para pensarmos em outras estratégias de convivência nos territórios com a natureza, além de outros modelos de produção que sejam menos impactantes e que resgatem a forma como esses povos e comunidades se relacionam com seus territórios”, explicou Patrícia.
Isso levou a Universidade a esperar, desde o ano passado, pela exibição do documentário. Segundo Lovatto, após contato com os produtores, foi confirmado que a obra ainda não está disponível para o público geral.
Devido à importância do tema, envolvendo a deterioração do Pampa, a desterritorialização do bioma e a perda de capacidade de reprodução social e cultural das comunidades dependentes desse território para se reproduzir socialmente, Lovatto informou que a Universidade recebeu a autorização dos produtores e diretores do documentário para a exibição.
“Ele ainda está participando dos festivais, inclusive a nível internacional de cinema, mas estão sendo abertas concessões para a exibição pontual desse documentário para universidades públicas. Então, é uma oportunidade de assistir em primeira mão a esse documentário que já conquistou premiação e que é um documento de denúncia muito bem feito e que traz as vozes desses povos e comunidades tradicionais que vêm sendo cada vez mais atingidos pela destruição do bioma Pampa, que é um dos biomas que vem perdendo mais área e que vem sendo mais destruído nos últimos anos no Brasil”, disse Patrícia.
Na visão da docente, o documentário ainda vai mostrar como a fisionomia campestre do bioma Pampa impacta a percepção das pessoas sobre sua relevância ecológica, social e cultural, além das ameaças que enfrenta em razão da falta de conhecimento.
“Temos que entender essa fisionomia, que essa paisagem faz parte desse bioma e que existem essas comunidades e esses povos tradicionais que dependem dessa paisagem e dessa natureza, que é sim abundante e que, ao longo dos anos, vem sendo invisibilizada e, com isso, também é descaracterizada e suprimida da paisagem, em função dessa falta de visibilidade para a importância desse bioma. Muitas vezes, ele não é muito bem tratado nos materiais didáticos, onde outros biomas, como Mata Atlântica, Amazônia e Pantanal, têm um destaque maior, enquanto o nosso bioma às vezes fica restrito a poucas páginas ou a uma contextualização não exatamente fidedigna ao que o Pampa de fato é”, pontuou Patrícia.
Sinopse
O documentário Sobreviventes do Pampa acompanha o processo que se dá, quando um bioma apresenta mais da metade de sua área nativa devastada. As respostas para salvá-lo podem estar nas vozes historicamente silenciadas, dos povos e comunidades remanescentes que habitam há séculos este território.
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