FURG-SLS realiza oficinas de cerâmica e artesanato para fortalecer saúde mental em São Lourenço do Sul
Atividade envolveu oficinas de cerâmica, criação de embalagens de tecido e contação de histórias de mitos gregos
Nos dias 26 de outubro e 9 de novembro, o Movimento Ceramista ACeNa e o projeto de extensão Ateliê das Emoções, vinculado à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da Universidade Federal do Rio Grande (FURG) no Campus São Lourenço do Sul, realizaram oficinas de introdução à cerâmica e de criação de embalagens de tecido, abordando também a saúde mental centrada na contação de histórias de mitos gregos.
A primeira oficina ocorreu no prédio 1 da Universidade (Avenida Marechal Floriano Peixoto, 2236), enquanto a segunda aconteceu no espaço n’O Jardim (Rua Molino Crespo, 442).
A iniciativa, chamada “Vivências integrativas: do barro ao fogo”, faz parte das contrapartidas dos projetos aprovados em 2023 pela Lei Paulo Gustavo de Incentivo à Cultura, e é idealizada pela professora Karina Kammer Attisano e pela técnica administrativa em educação, psicóloga Larissa Pacheco.
“Nós temos a compreensão em comum de que as expressões criativas, em especial àquelas ligadas ao artesanato, ao fazer com as mãos e criar um objeto singular e personalizado, são momentos de conexão com os conteúdos que oportunizam bem-estar e, como consequência, prevenção em saúde mental, muitas vezes até como uma terapia complementar. Então, decidimos aliar as atividades de contrapartida com apoio do Projeto de Extensão Ateliê das Emoções, da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis de SLS, onde a psicologia sempre esteve presente com diferentes papéis, ao mediar os diálogos, acolher os estudantes e comunidade externa a FURG, interagir com a rede de serviços da cidade, entre outros”, destacou Larissa.
De acordo com Pacheco, a oficina busca explorar a saúde mental por meio da prática artesanal, valorizando o contato manual com materiais como o barro e o tecido. "Acreditamos no processo criativo de fazer com as mãos", afirmou.
Para a psicóloga, o processo de manipulação do barro e do tecido vai além da técnica, sendo uma experiência de autoconhecimento e expressão pessoal, pois ao trabalhar com esses materiais, os participantes se envolvem na escolha das cores do tecido, na ação de colocar o fio na agulha e costurar, além da modelagem da cerâmica.
Larissa explica que durante o processo, seja em silêncio consigo mesmo ou interagindo com o grupo, há um caminho de autodescoberta, uma aproximação com o próprio "eu". Além disso, no objeto, há uma projeção desse "eu", uma expressão de parte do sujeito no que está sendo criado.
“Seja na cerâmica ou no artesanato em geral, é uma oportunidade de entrar em contato consigo mesmo e um meio de prevenção em saúde mental. Muitas vezes, o artesanato é até utilizado como tratamento, uma terapia complementar para a saúde mental”, complementou a profissional.
Além disso, os mitos gregos foram usados para estimular a reflexão pessoal, trazendo histórias que se perpetuam ao longo do tempo e ajudam a contextualizar vivências modernas.
Entre os participantes estavam representantes do Quilombo Rincão das Almas e Boqueirão, estudantes e técnicos administrativos em educação da FURG, o Grupo de Apoio das Mães Atípicas, e parceiros como Vanzo Arte e Mundicor Artesanato.
Próximas atividades
O Movimento Ceramista ACeNa e o projeto Ateliê das Emoções seguirão com suas atividades. O Ateliê das Emoções tem previsão de encerramento para o dia 31 de janeiro de 2025, que será marcado pelo final do semestre, enquanto o Movimento Ceramista não possui prazo determinado para encerrar suas ações, com continuidade prevista para 2025.
Segundo Karina, o ACeNa realizará mais uma ação em 2024, com um evento marcado para o dia 15 de dezembro no espaço n’O Jardim. E para 2025, o movimento ceramista já garantiu a continuidade das atividades com a aprovação de dois projetos pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB).
“O Movimento Ceramista ACeNa promoverá o I Festival Cultural ACeNa, um evento gratuito e aberto ao público, que contará com piquenique comunitário, malabares, música, oficina de cerâmica, aula de yoga, feirinha de produtos artesanais e a exibição de um filme produzido pelo projeto ACeNa em cena. A produção deste filme conta com o apoio financeiro da Lei Paulo Gustavo de Incentivo à Cultura no município”, compartilhou.
Além do festival, o Movimento Ceramista ACeNa está organizando o Ateliê de Todas as Artes, que será estabelecido no Sítio Espinilho, em um ambiente rural para inspirar paz, acolhimento e reconexão com o essencial. O ateliê buscará fortalecer o turismo rural e apoiar projetos sociais, oferecendo capacitação e desenvolvimento cultural para a comunidade de São Lourenço do Sul.
COMENTÁRIOS