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Na tarde desta segunda-feira, 25, o programa Café com Z, em O Litorâneo, recebeu a artista rio-grandina Grace Gianoukas. A atriz falou sobre a realização da 6ª Mostra de Cinema Latino-Americano do Rio Grande, sobre o seu novo filme e a produção audiovisual nacional. O encontro também contou com a presença da idealizadora da MCLARG e professora do IFRS, Raquel Ferreira.

A atriz rio-grandina Grace Gianoukas será homenageada na cerimônia, que tem previsão para iniciar às 19h. Essa é a primeira vez que o evento contará com uma premiação em homenagem aos profissionais do audiovisual.

“Eu estou muito contente de estar aqui participando da mostra porque, hoje também, daqui a pouco vou falar para vocês mais detalhes, mas hoje passa o filme que eu fiz na primeira mão. Só entra dia 28 de novembro no cinema, mas está chegando aqui dia 25. Olha, porque esse pessoal batalhou para vocês assistirem antes; aqui em Rio Grande, assiste antes. E eu estou muito feliz de estar sendo, de ter meu trabalho reconhecido pela minha turma, meus irmãos conterrâneos de Rio Grande. Porque eu falo — falei isso várias vezes — mas o que eu sou... Claro, devo à educação da minha família, aos meus professores e à minha cidade. Então, assim, eu fui para o mundo sendo de Rio Grande. Por isso que talvez as coisas que eu... O meu ponto de vista, quando eu vou escrever, quando eu vou atuar, o meu ponto de vista vem aqui do extremo sul do Brasil, gente. É o nosso”, comentou Grace.

Criada em 2016, a Mostra de Cinema Latino-Americano do Rio Grande tem como objetivo fomentar a produção audiovisual local, oferecendo uma base teórica e prática que abrange todas as etapas da realização cinematográfica, desde a escrita do roteiro até a pós-produção. A mostra surgiu para exibir os curtas produzidos nas oficinas do Projeto de Extensão "Oficina de Cinema Ofcine", do IFRS, Campus Rio Grande.

“É um projeto que começa lá em 2016, com oficinas de cinema, com a produção de curtas-metragens, com as mostras muito mais tímidas ali no Instituto Federal. A gente começou primeiro no Anfiteatro; posteriormente, em 2018, a gente resolve sair de dentro do IFE, abre para a calçada, bota... Bota um telão, sobe um telão no meio da rua, fecha a rua, bota a cadeirinha, faz a mostra de cinema ali naquele momento. E, em 2019, a gente internacionaliza e transforma ela em uma mostra de cinema latino-americano para mostrar, querendo pensar o que é essa produção que nos define enquanto sujeitos latino-americanos e que diálogo a gente pode estabelecer no território, nesse contexto que nos é tão peculiar.

E aí... Agora, sexta edição, nós damos mais um pulo: vamos lá para a rua, vamos chegar, nos aproximar cada vez mais da cidade, querendo estar perto, mostrando para a cidade, levando o cinema para lá. Instauramos, então, um prêmio, uma premiação, porque entendemos, sentimos a necessidade, a importância de se fazer, de se premiar os profissionais do setor, os profissionais da área que produzem. E nada mais justo do que começar essa nova modalidade, esse novo formato, com o tremendo da nossa grande atriz, a Grace”, afirma a idealizadora do projeto, Raquel Ferreira.

Na oportunidade, a atriz também comentou sobre a estreia do seu novo filme, que será exibido nesta segunda-feira, 25, durante a abertura do evento.

“Esse é um novo filme da Anna Muylaert. O filme é a história de um mundo distópico, é um filme assim onde as mulheres sempre estiveram no poder, e os homens sempre... São um pouco decorativos, um pouco submissos, um pouco subjugados mesmo. Então, tem algumas protagonistas, acho que são sete protagonistas ou nove: Irene Ravache, que faz uma governadora, que usa uma tornozeleira eletrônica de ouro; ela está ali sob investigação, mas continua com o cargo de governadora. Cristina Pereira, que é a diretora-presidente do Clube das Mulheres do Negócio, que é dona da imprensa. Temos a Helena Albergaria, que faz outra personagem, que é dona da justiça. Aí eu faço a maior ruralista do Brasil.

Aí nós temos outra personagem da Shirley Cruz, que é uma pastora, que representa... Aí nós temos a Catiúcia Canoro, que faz quase uma miliciana, que só pensa em dar tiro e exército, e tem duas sobrinhas. Qualquer semelhança... Aí nós temos a Luizy Cardoso, que faz uma assessora direta da presidente, da governadora; qualquer semelhança também é mera casualidade, e ela sabe de todas as coisas lá por trás. E aí tem o Luiz Miranda e o Rafa Vitti, que fazem um fotógrafo, o Luiz Miranda, e o Rafa Vitti, um jornalista recém-formado. A personagem do Luiz Miranda é o primeiro fotógrafo homem premiado, que é esse discurso que a gente ouve muito, a primeira fotógrafa mulher premiada. Então, o mundo está virado.

E é uma excelente oportunidade para quem quiser desenvolver a sua empatia, ver o que as mulheres passam, porque as mulheres estão nesse lugar de poder, de patriarcado, de trambicagem, de conchavos, de conluios. Mas o filme não é só isso. À medida que o filme vai se desenvolvendo, ele vai descendo, mostrando as estruturas do patriarcado. Então, é um filme engraçado, irônico, cínico, com uma linguagem bem característica, bem bacana”, explicou Grace.

A 6ª Mostra de Cinema Latino-Americano do Rio Grande conta com uma extensa programação, com exibição de curtas-metragens produzidos por artistas locais, bem como filmes nacionais. A idealizadora do evento, Raquel Ferreira, divulgou detalhes para quem deseja prestigiar o evento:

“A mostra de cinema vai acontecer durante os cinco dias, começando hoje, com uma sessão interna no Teatro Municipal, que é o lançamento, o pré-lançamento do filme O Clube das Mulheres do Negócio, com uma premiação da Grace, que, com muita honra, a gente vai oferecer. Durante a semana, ele vai acontecer: atividades de manhã, tarde, noite — de manhã na biblioteca pública e na alfândega, ali com sessões de cinema para crianças, para as escolas, com uma formação para professores, e os laboratórios, com as oficinas também de formação e capacitação — fotografia, direção de arte... Tem uma de documentário excelente, com a Thais Fernandes, que é uma das curadoras da mostra também e que vem para fazer uma orientação para projetos que já estão em andamento de documentário. Ela recentemente ganhou prêmios em Gramado com o documentário, muitos prêmios. Enfim, e à tarde nós teremos as sessões, que é conhecido como os curtas da MCLARG, que são as sessões de curta-metragem, que é a origem de todo o nosso projeto, que é a formação e a criação de curtas-metragens e a exibição, também no prédio da alfândega, com sessão, ao final, sessão de debate com os realizadores. Depois, a gente tem debates do filme, dos longas que passam no dia anterior”, afirmou Raquel.

Os ingressos são gratuitos e estão disponíveis para retirada na bilheteria do Teatro Municipal neste domingo, 24,, das 19h às 21h, e na segunda, 25, das 12h30 às 18h.

Confira a entrevista na íntegra: