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Na tarde desta terça-feira, 26, o programa Café com Z, em O Litorâneo, recebeu as diretoras do documentário Cine Dunas, Vera Mayorca e Karina Macedo. No encontro, as entrevistadas falaram sobre o curta-metragem, que terá sua pré-estreia no dia 29 de novembro, durante a 6ª Mostra de Cinema Latino-Americano do Rio Grande.

Segundo as diretoras, a ideia do documentário surgiu durante as aulas do curso NPA-OfCine, oferecido pelo Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). “Isso tudo surgiu porque a Karina me apresentou a proposta de cinema, de escola de cinema do IFRS. Fizemos nossa inscrição porque sabia que eu amo cinema. E eu agradeço à minha companheira, minha diretora conjunta, né? E daí fomos juntas, um ano inteiro, atravessamos todo o inverno pensando no que faríamos”, explica Vera Mayorca.

“Estamos muito felizes, especialmente nesta semana, de estarmos chegando nesse momento tão esperado por nós e por toda a equipe que construiu esse projeto, de finalmente poder vê-lo tomando forma e vida no espaço em que ele justamente tem que estar: na rua, na comunidade. Foi dessa relação com a comunidade que surgiu o Cine Dunas e também a ideia desse curta, desse documentário. Acho que o Cine Dunas sintetiza, representa e simboliza todo esse passado, essa memória e esse presente também. Não é por acaso que fazemos esse resgate. Não é só de uma maneira melancólica, para falar sobre o que passou, mas é projetando um futuro também, localizando a importância do cinema hoje. Então, acho que essa mostra vem muito nesse sentido, de resgatar essa importância”, complementa Karina Macedo.

Durante a entrevista, as diretoras explicaram como ocorreu o processo de produção do documentário, que contou com fases de pesquisa e diversas entrevistas. “A Vera encabeçou a pesquisa teórica. Nós procuramos um pesquisador que fez história aqui em Rio Grande, o Fernando Melani Marreira, que tem essa relação com o cinema. Eu sabia, por causa da história dele, que ele tinha feito essa pesquisa. Nós o procuramos, reunimos materiais e acessamos o acervo da Janete e do Clayton, fontes vivas e protagonistas dessa história. Lemos algumas pesquisas sobre o cinema aqui em Rio Grande. Outra coisa muito interessante, que não aparece diretamente no curta, mas de forma indireta, é o questionário que lançamos. Foi uma grande coincidência, porque no momento em que estávamos pensando na história e no roteiro do curta, o Kleber Mendonça estava lançando Retratos Fantasmas, que é um documentário dele sobre a memória dos cinemas em Recife. Foi uma confluência, e nos apropriamos muito desse conceito que ele trouxe das memórias afetivas. De certa forma, isso traduziu o que queríamos dizer com o resgate da história do Cine Dunas, dessa relação com as memórias afetivas da comunidade frequentadora e dos próprios criadores e protagonistas do Cine Dunas. Inspiradas nisso, pensamos em um formulário para receber depoimentos, fotografias e artes relacionadas ao Cine Dunas”, explica Karina.

As diretoras também destacaram o teor poético que o público poderá esperar do documentário. “Este filme tem um perfil que é de um documentário poético. A Karina, desde o início, disse que faria um documentário poético. Vamos sair daquele clichê, né? Tal dia surgiu, tal dia acabou. Isso é importante, mas é a forma como se conta sobre isso. Essa relação deste documentário com a poesia, embora eu também seja amante da poesia, por isso somos tão amigas, mas este perfil poético é a direção da Karina”, afirma Vera.

A pré-estreia do curta-metragem Cine Dunas (2024) encerra a programação da 6ª Mostra de Cinema Latino-Americano do Rio Grande (MCLARG), com uma exibição gratuita e ao ar livre no Largo Barbosa Coelho, a partir das 20h.

Confira a entrevista na íntegra: