Modos de fazer o Queijo Minas Artesanal podem se tornar Patrimônio Cultural da Humanidade
Unesco irá avaliar nesta semana a candidatura apresentada pelo Iphan
O queijo Minas Artesanal é símbolo vivo da cultura brasileira, e seu tradicional modo de ser feito pode se tornar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. A candidatura do bem cultural à Lista Representativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) será apreciada durante a 19ª sessão do Comitê Intergovernamental da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial do órgão, que está acontecendo até sábado, 7, em Assunção, no Paraguai.
Em Rio Grande, os tradicionais queijos mineiros poderão ser encontrados a partir de sexta-feira, 06, no Empório Cantin de Minas, que irá inaugurar no Praça Shopping Rio Grande. O funcionamento seguirá o horário padrão do shopping de segunda a sábado, das 10h às 22h e domingos entre 14h e 20h. No Empório Cantin de Minas estarão disponíveis diversos produtos oriundos de Minas Gerais.
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Produzido com técnicas tradicionais de processamento de leite cru, o Queijo Minas Artesanal desempenha um papel essencial na economia e na inclusão social, especialmente na agricultura familiar. Mais do que um alimento, seu modo de produção representa um legado cultural que atravessa gerações, expressando pertencimento, hospitalidade e convivência. Com mais de três séculos de história, essa prática é parte integrante da identidade de Minas Gerais, refletindo os saberes e as tradições das comunidades locais.
Reconhecidos desde 2008 como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal destacam-se pela sua relevância sociocultural. Em março de 2023, a candidatura do queijo à Unesco foi apresentada pelo Iphan, com apoio da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo) e da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais.
Segundo a ministra da Cultura, Margareth Menezes, "os sabores brasileiros são uma de nossas muitas riquezas. O Queijo Minas Artesanal reflete a singularidade do território e de seu povo. Esse reconhecimento internacional reforça a importância dessa tradição tão simbólica para o Brasil."
A produção do Queijo Minas Artesanal abrange 106 municípios mineiros e está profundamente enraizada nas comunidades locais. O cuidado com o pasto, o bem-estar dos animais e a dedicação ao preparo fazem do queijo um produto único, carregado de significado cultural. Atender aos critérios da Unesco, como o reconhecimento nacional, a existência de um plano de salvaguarda e a anuência das comunidades envolvidas, reforça a força dessa candidatura.
São pré-requisitos da Unesco para o reconhecimento internacional de um Patrimônio Cultural Imaterial o seu reconhecimento em nível nacional, a existência de um plano de salvaguarda – instrumento de gestão dos bens registrados, para promoção de ações de salvaguarda de forma coordenada entre parceiros governamentais e não governamentais – e a anuência da comunidade detentora daquele bem cultural. Importante ressaltar que os Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal atende a todos esses critérios.
A candidatura dos Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal foi realizada com o apoio e a participação de associações de produtores de queijo e instituições parceiras que protagonizam a salvaguarda do bem: a Amiqueijo, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha), a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa).
No Brasil, já são reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade outras seis expressões culturais do País: o Samba de Roda no Recôncavo Baiano; a Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica Wajãpi; o Frevo: Expressão Artística do Carnaval de Recife; o Círio de Nossa Senhora de Nazaré; a Roda de Capoeira; e o Complexo Cultural do Bumba meu boi do Maranhão.
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