Governo zera tarifa de importação para tentar conter inflação de alimentos
Entre produtos da lista estão azeite, café, milho e carnes

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, anunciou, na noite de quinta-feira, 6, um conjunto de medidas para tentar conter a inflação sobre os alimentos. Conforme o anúncio, o governo decidiu zerar o Imposto de Importação de nove tipos de alimentos, incluindo café, açúcar, carnes, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos e massas.
A redução das tarifas ainda precisa ser aprovada pela Câmara de Comércio Exterior. Segundo o vice-presidente, a medida deve ocorrer nos próximos dias. "Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando. Não vai prejudicar o produtor, mas beneficiar os consumidores. É difícil, matematicamente para cada item, você explicitar. Agora, são todas medidas para reduzir preço. Todas medidas para favorecer o cidadão, a cidadã, para que ele possa manter o seu poder de compra, para que ele possa ter sua cesta básica com preço melhor”, afirmou Geraldo Alckmin durante coletiva de imprensa na noite de quinta-feira, 6.
Embora ainda não haja estimativa de como o preço final dos produtos será impactado, o Governo Federal também pretende debater com os governadores a isenção da cobrança do ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços que incide sobre alguns ítens da cesta básica.
Além disso, o vice-presidente anunciou o fortalecimento dos estoques reguladores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a prioridade para os alimentos da cesta básica no próximo Plano Safra. Na ocasião, as demais medidas não foram detalhadas.
Os alimentos que terão os tributos zerados são:
Azeite: (hoje 9%)
Milho: (hoje 7,2%)
Óleo de girassol: (hoje até 9%)
Sardinha: (hoje 32%)
Biscoitos: (hoje 16,2%)
Massas alimentícias (macarrão): (hoje 14,4%)
Café: (hoje 9%)
Carnes: (hoje até 10,8%)
Açúcar: (hoje até 14%)
Alta nos preços
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), alimentos tradicionais e essenciais da cesta básica dos brasileiros estão acumulando alta acima da média na casa de dois dígitos em um ano. No ano de 2024, a inflação dos alimentos fechou com alta de 7,69%, conforme o IPCA.
No mesmo periodo, o preço do café teve forte alta em meio a uma seca histórica que afetou os cafezais entre agosto e setembro, seguida por fortes chuvas em outubro. Além disso, alimentos como carnes, azeite e laranja foram afetados pelas mudanças climáticas.
De acordo com a revista científica Nature, do Reino Unido, em 2024, o calor extremo foi prejudicial para a agricultura. Conforme o estudo, para cada 1ºC de aumento nas temperaturas, a inflação no preço dos alimentos é impactada em 0,2%. Até 2035 a projeção é que o preço dos alimentos acumule, no mundo, uma alta de 3%.
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